Arte surpreendente das tatuagens de múmia de 2.500 anos
01/08/2025, 19:33:43Imagens impressionantes de tatuagens antigas
Imagens de alta resolução revelaram detalhes impressionantes das tatuagens de uma múmia feminina de 2.500 anos encontrada nas montanhas Altai, na Sibéria. As informações são da BBC. Os desenhos, que retratam leopardos, um cervo, um galo e uma criatura mitológica com corpo de leão e cabeça de águia, foram considerados tão complexos que até tatuadores modernos teriam dificuldades em reproduzi-los com exatidão.
Investigação das tatuagens da múmia
A mulher tinha cerca de 50 anos e fazia parte do povo nômade Pazyryk, famoso por sua cultura guerreira e por enterrar os mortos em túmulos congelados. "Essas descobertas reforçam o quanto essas sociedades antigas eram sofisticadas", afirmou o arqueólogo Gino Caspari, do Instituto Max Planck de Geoantropologia e da Universidade de Berna, à BBC News.A equipe utilizou fotografia digital com luz infravermelha no Museu Hermitage, em São Petersburgo, para escanear as tatuagens que não podiam ser vistas a olho nu. Os resultados mostraram traços incrivelmente uniformes e nítidos.
No seu antebraço direito, a mulher trazia leopardos cercando a cabeça de um cervo. No braço esquerdo, um grifo (criatura mítica com corpo de leão e asas de águia) em combate com outro cervo. Já no polegar, havia a imagem de um galo, evidenciando um estilo peculiar.
Como foram feitas as tatuagens?
Para entender como as tatuagens foram feitas, os cientistas colaboraram com Daniel Riday, pesquisador e tatuador que recria métodos antigos em seu próprio corpo. A análise das marcas indicou que os desenhos foram provavelmente primeiro estêncilados na pele e, depois, perfurados com ferramentas feitas de osso ou chifre de animal, usando pigmentos de fuligem ou plantas queimadas.Curiosamente, as tatuagens dos dois braços possuem níveis de qualidade distintos, o que pode indicar que foram feitas por tatuadores diferentes ou que houve erros de execução. Riday estima que cada seção tatuada teria levado entre quatro e cinco horas de trabalho, um esforço notável em pleno ambiente das estepes, com ventos e frio intensos.
Apesar de algumas marcas terem sido danificadas durante o preparo do corpo para o enterro, os pesquisadores acreditam que as tatuagens tinham um valor simbólico apenas em vida. "Elas parecem não ter tido importância no pós-vida, o que mostra que o significado era profundamente pessoal e cultural enquanto a pessoa estava viva", explica Caspari.
O estudo completo foi publicado na revista científica Antiquity.