Lucro do secretário dos EUA com tarifaço gera investigações

Lucro do secretário dos EUA com tarifaço gera investigações

A Advocacia-Geral da União investiga lucros


A Advocacia-Geral da União quer saber quem lucrou com o tarifaço de Trump. Desde o primeiro mandato, o presidente Donald Trump tem se envolvido em ações que confundem e ameaçam princípios como liberdade, democracia e interesse público. Sobretudo, parece que o próprio presidente se tornou um beneficiário direto de um grande conglomerado que está levantando US$ 2,5 bilhões por meio de uma oferta privada para criar uma reserva em bitcoin.


Movimentos privados e a política


Em situações normais, um movimento como esse seria influenciado por qualquer mudança ou declaração feita na Casa Branca. Porém, nesta circunstância, quem manda é o dono do negócio. Interesses privados, movidos por indivíduos como Elon Musk, têm interagido de forma estreita com o governo, promovendo ações que favorecem suas empresas, como aluguel de espaço nas big techs em detrimento de veículos elétricos.


Um ponto crucial a ser entendido é que muitos dos agentes públicos atuantes nas negociações de tarifas apresentadas por Trump contra o Brasil estão associados a interesses do setor privado. Howard Lutnick, por exemplo, exerce a função de secretário de Comércio dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que controla a corretora BGC Partners.


Tarifas sobre exportações


Lutnick foi quem anunciou, em uma entrevista à Fox News neste domingo, a manutenção do prazo de 1º de agosto para a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. Esse anúncio coincide com um movimento atípico no mercado de contratos futuros de dólar, em uma operação que movimentou mais de R$ 6,6 bilhões na Bolsa em um curto espaço de tempo. Essa atividade será investigada pelo Supremo Tribunal Federal, que também direcionou sua análise à corretora de Lutnick e a outras instituições financeiras que operaram no mesmo dia.


Suspeitas de manipulação de informações


A Advocacia-Geral da União está apurando se os investidores tinham conhecimento das tarifas antes do anúncio oficial. A possibilidade de que Lutnick, como secretário de Comércio e controlador de uma corretora beneficiada, estivesse ciente das medidas de antemão é preocupante. Recentemente, Eduardo Bolsonaro mencionou saber sobre essas ações antes que fossem tornadas públicas.


A simples suspeita de que Lutnick manipulou informações é motivo suficiente para que ele fosse afastado do cargo ou fosse sujeito a alguma punição, caso houvesse um verdadeiro compromisso em evitar conflitos de interesse. No entanto, a realidade atual parece ignorar tais preocupações.


Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG.