Mulher envenena marido e enteado com chumbinho em MG
26/07/2025, 09:32:15A tragédia em Cataguases
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou uma porção de chumbinho, produto altamente tóxico e utilizado como veneno de rato, no quarto da mulher que está sendo investigada por envenenamento do marido de 51 anos e de seu enteado, de 6 anos. O caso ocorreu no município de Cataguases, na Zona da Mata, no último dia 13 de julho.
Segundo informações do G1 Zona da Mata e confirmadas pelo Portal iG, após consumirem macarrão, feijão e frango preparados pela mulher, tanto o marido quanto a criança começaram a passar mal e foram encaminhados para atendimento médico. Tragicamente, a mulher, de 61 anos, cometeu suicídio logo após o ocorrido. A polícia segue investigando o caso.
Descobertas da polícia
Nesta sexta-feira (25), através de uma nota, a Polícia Civil informou ao iG que, durante as diligências na residência dos envolvidos, foi localizada uma substância armazenada separadamente no quarto da investigada, a qual foi confirmada como sendo chumbinho após exames periciais. Inicialmente, havia suspeitas de que eles teriam consumido feijão envenenado. No entanto, os testes realizados no alimento preparado naquele dia apresentaram resultado negativo para a presença da substância.
"Ainda assim, todos os elementos reunidos até o momento apontam que o chumbinho foi, de fato, o agente utilizado na tentativa de envenenamento", afirma a PC, na nota.
Durante o depoimento à polícia, o marido relatou que no dia do incidente percebeu uma substância escura no fundo do prato. Questionou a mulher, que afirmou ser tempero. A perícia constatou que algumas vasilhas haviam sido lavadas antes da chegada da equipe, indicando uma possível tentativa de ocultação de evidências. Enquanto o pai já recebeu alta, o menino continua internado.
Motivação do crime
O delegado responsável pela investigação, Conrado Guedes, afirmou que a motivação do crime pode estar relacionada a conflitos anteriores da investigada com o pai do menino. Entre os fatores apurados estão a não aceitação do resultado positivo do exame de DNA que confirmou a paternidade, insatisfação com o pagamento da pensão alimentícia e ciúmes em relação à mãe da criança.
O laudo final das substâncias deve ser concluído nos próximos dias, assim como outros exames complementares, incluindo avaliação psicológica da investigada e exames toxicológicos que podem comprovar autoenvenenamento e automutilação, além de análises para verificar eventual ingestão de bebida alcoólica. A Polícia Civil informou que, uma vez que a investigada se suicidou após o ato do envenenamento e conforme o artigo 107 do Código Penal, o inquérito será concluído e encaminhado ao Poder Judiciário com sugestão de arquivamento.