General admite plano para assassinar Lula e outras autoridades

General admite plano para assassinar Lula e outras autoridades

General Mário Fernandes e o plano de assassinato

O general da reserva Mário Fernandes, atualmente réu na trama golpista, revelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o arquivo "Punhal Verde e Amarelo", encontrado em seu computador e que continha um plano para assassinar autoridades, era apenas um "pensamento digitalizado". De acordo com ele, o documento nunca foi compartilhado com ninguém.


Alegações no STF

Durante seu depoimento, Fernandes foi um dos seis réus do segundo núcleo do processo da trama golpista de 2022. A Primeira Turma do STF prossegue com os interrogatórios dos réus durante o processo. Ao ser questionado sobre a existência do documento, o general confirmou, mas alegou que aquilo não passava de uma análise do momento político do país.


"Confirmo, excelência. Esse, na verdade, é um arquivo digital que nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação, meu pensamento, uma análise de riscos que eu fiz e, por um costume próprio, eu resolvi, inadvertidamente, digitalizar", declarou.


Conteúdo do arquivo e implicações

A denúncia sustenta que o documento Planejamento Punhal Verde Amarelo tramava contra a liberdade e a vida de figuras como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB). Entre os alvos mencionados no plano, estavam codinomes como "Jeca", "Joca" e "Juca".


De acordo com a defesa, o arquivo não foi discutido nem encontrado em posse de qualquer um dos investigados. "Não foi apresentado a ninguém esse pensamento digitalizado, não foi compartilhado com absolutamente ninguém. E, eu garanto, este arquivo é absolutamente descontextualizado", enfatizou Fernandes.


Prisão e investigações relacionadas

O general foi preso em 19 de novembro do ano passado. Investigações apontaram que ele havia impresso o planejamento dos assassinatos no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022. Curiosamente, 40 minutos após essa ação, ele foi ao Palácio da Alvorada, onde residia o então presidente Jair Bolsonaro. Fernandes alegou que a coincidência de horários era apenas acidental e não teve relação com o conteúdo do arquivo.


A Polícia Federal descobriu que cinco indivíduos, entre eles Mário Fernandes, estavam interagindo em um grupo no aplicativo Signal com o título Copa 2022, onde discutiam o plano para cometer atos contra Lula, Alckmin e Moraes. Para manter o anonimato, cada um usava como codinome o nome de um país: Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana.


A execução do plano estava prevista para 15 de dezembro de 2022, com um esquema de prisão e assassinato contra as autoridades citadas, conforme o documento Punhal Verde e Amarelo. Contudo, tal operação nunca foi concretizada.


Considerações finais

O depoimento do general Mário Fernandes no STF levanta questões cruciais sobre a segurança das autoridades e o significado das palavras e arquivos que podem, à primeira vista, parecer meras reflexões pessoais, mas que sob circunstâncias diferentes podem se transformar em vetores de ameaças reais.


Para saber mais sobre o acompanhamento do processo e outros desdobramentos relacionados, fique ligado em nosso blog e participe da discussão nos comentários abaixo!