Eduardo Bolsonaro revela sanções de Trump contra Motta e Alcolumbre

Eduardo Bolsonaro revela sanções de Trump contra Motta e Alcolumbre

Eduardo Bolsonaro e as sanções americanas

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) declarou que os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), estão no foco do governo norte-americano para possíveis sanções. A declaração foi feita em entrevista ao programa Oeste com Elas, transmitido no YouTube na última sexta-feira.

Segundo Eduardo, os dois parlamentares correm risco de punições, como a suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky, legislação dos Estados Unidos que permite sanções contra estrangeiros acusados de corrupção grave ou violações de direitos humanos.

Ele relacionou a possibilidade dessas medidas à falta de avanço de propostas defendidas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Recados a Motta e Alcolumbre

Durante a entrevista, o deputado mencionou que já está “mandando vários recados” a Motta e Alcolumbre e afirmou que ambos têm a oportunidade de evitar sanções se apoiarem as pautas em questão.

Ele também afirmou que a anistia, segundo ele, está sob responsabilidade da presidência da Câmara, enquanto os pedidos de impeachment cabem ao Senado. “Tenho certeza que o Davi Alcolumbre e o Hugo Motta não são iguais ao Alexandre de Moraes”, disse.

Possíveis consequências

Eduardo ainda afirmou que o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), teria perdido o visto americano por não pautar pedidos de impeachment contra ministros do STF. “Fez parte desse aparato que sustentou o regime brasileiro”, declarou.

O deputado sugeriu que Alcolumbre ainda não estaria no mesmo estágio de sanção que Pacheco, mas reforçou que já estaria no radar de Washington. “Certamente já está no foco do governo americano”, afirmou. No caso de Motta, ele citou como motivo a condução da proposta de anistia aos réus do 8 de janeiro.

A Lei Magnitsky e Alexandre de Moraes

Eduardo ainda citou a possibilidade de aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, mencionando que isso poderia ocorrer no mesmo dia da entrevista. “Talvez até hoje, quem sabe, Deus queira, a Lei Magnitsky contra o Alexandre de Moraes, esse vai ser só mais um capítulo dessa novela”, declarou.

Ele acrescentou que Trump teria um “arsenal” de medidas em preparação, e que essa seria apenas uma das ferramentas disponíveis.

Reações e consequências no Congresso

As declarações de Eduardo provocaram reações dentro e fora do Congresso. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou as falas como um crime contra a soberania nacional e acusou Eduardo de promover chantagem com apoio estrangeiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou providências da Câmara diante do episódio. As afirmações também geraram divisões internas entre parlamentares ligados ao bolsonarismo.

Enquanto a ala mais radical defende as ameaças de sanções como estratégia legítima, outros integrantes do PL e do Centrão expressaram preocupação com os possíveis efeitos sobre as articulações políticas no Congresso, avaliando que o episódio pode reforçar a aliança entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

Durante a entrevista, Eduardo também criticou outros nomes da direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL), classificado como “pouco ativo” em articulações nos EUA, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por manter um vice-líder ligado ao MBL, grupo com posições críticas ao bolsonarismo.