PT quita dívida de R$ 2 milhões com marqueteiro da Lava Jato

Quitação da Dívida

O diretório nacional do PT quitou uma dívida antiga com o marqueteiro João Santana e a sócia e esposa dele, Mônica Moura, referente à campanha presidencial de Dilma Rousseff à reeleição em 2014. O casal foi preso e condenado na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro em caixa dois em campanhas eleitorais petistas.

Valor do Pagamento

Em maio deste ano, o partido pagou R$ 2,3 milhões à Polis Propaganda e Marketing, empresa de Santana e Moura. Este pagamento encerrou um imbróglio judicial que se arrastava por sete anos. O valor consta na prestação de contas anual do partido e foi realizado em um depósito único no dia 5 do mês.

Nota do PT

O PT afirmou que o montante é relativo a um acordo firmado entre as partes e homologado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal: "Todos os pagamentos foram declarados à Justiça Eleitoral e à Justiça do DF, que arquivou a demanda por restar satisfeita a obrigação", diz o partido.

Processo Judicial

A reportagem tentou contato com Santana e Moura por meio de telefonemas e mensagens de WhatsApp, mas não obteve resposta. O processo da Polis contra o PT por serviços não pagos na campanha de 2014 tramitava na Justiça do DF desde 2018. Em julho daquele ano, o partido foi condenado a arcar com as despesas e vinha recorrendo desde então.

Acordo Extrajudicial

Em abril deste ano, as partes firmaram um acordo extrajudicial para reduzir a dívida, que estava em R$ 9 milhões, para R$ 4 milhões. Após a quitação da primeira parte do pagamento - os R$ 2,3 milhões informados à Justiça Eleitoral - o advogado que representa a Polis pediu a extinção do processo, considerando que o acordo foi cumprido. O PT se comprometeu a pagar o restante do valor em cinco prestações mensais.

Histórico de João Santana

João Santana foi marqueteiro do PT e responsável pelas campanhas vitoriosas de reeleição de Lula em 2006 e de Dilma em 2010 e 2014. Ele e sua esposa foram presos em 2016 na 23ª fase da Lava Jato e condenados, firmando um acordo de delação premiada em 2017, devolvendo cerca de R$ 80 milhões. Após cumprir penas, os dois viram suas sentenças anuladas nas instâncias superiores, pois os processos deveriam ter tramitado na Justiça Eleitoral.

Atuação Recente

Há três anos, Santana foi o responsável pela campanha a presidente de Ciro Gomes (PDT), que terminou em quarto lugar na disputa.