Inteligência russa ocultou problemas de saúde de Clinton

Inteligência russa ocultou problemas de saúde de Clinton

A omissão russa e os problemas de saúde de Hillary Clinton

A inteligência russa obteve informações comprometedoras sobre a saúde da ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, durante sua campanha presidencial de 2016, mas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, optou por não divulgá-las antes da eleição daquele ano, porque achava que a democrata venceria.

Em 2016, o republicano Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos ao derrotar a democrata Hillary Clinton. De acordo com o New York Post, as informações a que a inteligência russa teve acesso incluíam evidências de que Hillary Clinton tinha "problemas psicoemocionais", que estavam sendo tratados com sedativos graves.

As revelações estavam contidas em um relatório do Comitê de Inteligência da Câmara, de 18 de setembro de 2020, que analisou a influência da Rússia na disputa de 2016. O documento veio a público nesta quarta-feira, pela Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard. Ainda segundo o New York Post, o serviço de inteligência estrangeira da Rússia, o SVR, "possuía informações obtidas junto ao Comitê Nacional Democrata de que Clinton estava sofrendo de 'problemas psicoemocionais intensificados, incluindo acessos incontroláveis de raiva, agressão e alegria'", afirmou o relatório.

“Clinton foi colocada em um regime diário de tranquilizantes pesados' e, embora tivesse medo de perder, ela permaneceu 'obcecada por uma sede de poder'”, diz o documento.

A preocupação do Partido Democrata

Em setembro de 2016, algumas dessas comunicações mostraram que o então presidente Barack Obama e os líderes do Partido Democrata achavam o estado de saúde de Clinton "extraordinariamente alarmante" e temiam que isso pudesse ter um "sério impacto negativo" em sua capacidade de derrotar Trump em novembro.

Clinton, agora com 77 anos, aparentemente sofria de diabete tipo 2, doença cardíaca isquêmica, trombose venosa profunda e doença pulmonar obstrutiva crônica na época. O quadro completo da condição da ex-primeira-dama teria sido guardado pelos assessores de Clinton com o “mais estrito sigilo”.

Ainda conforme divulgação do New York Post, o serviço de inteligência estrangeira da Rússia também “possuía um e-mail de campanha discutindo um plano para vincular Putin e hackers russos ao candidato Trump, a fim de 'distrair o público [americano]' do escândalo do servidor de e-mail de Clinton”. Durante seu mandato como secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton gerou polêmica ao usar um servidor de e-mail privado para comunicações públicas oficiais em vez de usar contas de e-mail oficiais do Departamento de Estado mantidas em servidores federais.

A revelação de informações ocultas

As revelações, que foram retiradas de e-mails hackeados de contas da campanha de Clinton e do Comitê Nacional Democrata, descobriram que os russos esconderam detalhes sobre Clinton, extorquindo organizações religiosas para obter doações de campanha, sob a promessa de um tratamento mais favorável por um futuro Departamento de Estado Democrata.

“O relatório entra em muitos detalhes sobre as informações que a Rússia e Putin tinham sobre Hillary Clinton, que incluíam possíveis atos criminosos”, disse Gabbard a repórteres, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

No documento de 44 páginas, informações de inteligência ocultas apontam que Putin não tinha preferência sobre quem venceria a eleição de 2016 — apesar do então diretor da CIA, John Brennan, pressionar pela inclusão de detalhes do dossiê Steele, já desmascarados, sugerindo que o líder russo favorecia Trump, porque ele poderia ter sido capaz de chantageá-lo.

O dossiê Steele, também conhecido como dossiê Trump-Rússia, é um controverso relatório de pesquisa de oposição política sobre a campanha presidencial de 2016 de Donald Trump, compilado pelo especialista em contrainteligência Christopher Steele. Foi escrito de junho a dezembro de 2016 e contém alegações de má conduta, conspiração e cooperação entre a campanha presidencial de Trump e o governo da Rússia antes e durante a campanha eleitoral de 2016.

“Brennan e a Comunidade de Inteligência confiaram em fontes duvidosas e de baixa qualidade para criar uma narrativa falsa e artificial de que Putin desenvolveu uma 'clara preferência' por Trump”, acrescentou Gabbard.

“A farsa da Rússia ficará registrada como um dos eventos mais problemáticos da história dos EUA”, disse Crawford. Ela enfatizou, se referindo a Trump, que um presidente dos Estados Unidos foi falsamente acusado e uma nação teve que suportar mentiras fabricadas por agentes desonestos dentro de sua própria Comunidade de Inteligência. "Até hoje, nosso país está mais polarizado do que nunca, e a farsa da Rússia teve um papel nisso. Ainda há americanos que acreditam apaixonadamente na narrativa fabricada. É por isso que a divulgação deste documento ao público foi tão importante", concluiu a Diretora de Inteligência dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard.