Reconstituição busca esclarecer morte de Gabriel Lincoln

Reconstituição busca esclarecer morte de Gabriel Lincoln

Reconstituição para esclarecer a morte de Gabriel Lincoln

Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, foi morto após perseguição policial. Militares envolvidos no caso foram retirados das ruas e a investigação é conduzida pela Polícia Civil.

A reconstituição para esclarecer a morte de Gabriel Lincoln, de 16 anos, foi realizada nesta terça-feira (15), em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas. O jovem foi baleado por um policial militar durante uma abordagem, no dia 3 de maio. Os militares envolvidos no caso foram afastados das ruas.

A reprodução simulada tem como objetivo esclarecer como o crime ocorreu, confrontar as versões de testemunhas e policiais, e reconstruir a dinâmica dos fatos. Segundo o delegado Sidney Tenório, a reconstituição abrange apenas a fase final da abordagem, e não a perseguição policial, que aconteceu momentos antes do disparo que matou o adolescente. A versão policial é contestada por testemunhas e pela família de Gabriel.

Delegado Sidney Tenório explica a reconstituição

A reconstituição foi realizada numa tentativa de esclarecer as circunstâncias da abordagem fatal. Segundo o delegado Sidney Tenório, a reconstituição foca na fase final da abordagem, quando o adolescente foi baleado. A perseguição anterior ao disparo foi registrada por câmeras de segurança e já faz parte do inquérito.

"A gente já parte para o momento em que os policiais militares disseram que ele [Gabriel Lincoln] passa, o [policial] que efetuou o disparo consegue segurar ele pela jaqueta ou pela mochila, ele não sabe distinguir bem, e que termina que ele diz que viu que o Gabriel estava com a arma de fogo e que aconteceu esse disparo. É isso que a gente está tentando demonstrar", explicou o delegado.

Versões contraditórias

O objetivo da reconstituição é confrontar as versões dos militares com os relatos das testemunhas e da família do adolescente. De acordo com a Polícia Militar, Gabriel pilotava uma motocicleta e desobedeceu a uma ordem de parada. Os relatos indicam que ao se aproximar de um bar, ele teria sacado um revólver e atirado contra a guarnição, sendo atingido por um único disparo feito por um dos policiais. A PM informou que foi apreendido um revólver calibre 38 com cinco munições intactas e uma deflagrada.

Essa versão é contestada por testemunhas e pela família de Gabriel, que afirmam que o adolescente não estava armado e que não acatou a ordem dos policiais porque se assustou com a abordagem. O advogado da família também sustenta que não houve troca de tiros.

"A gente quer saber qual a verdadeira versão: a dos policiais ou a das testemunhas", declarou o delegado Sidney Tenório.