Gonet afirma que Bolsonaro liderou golpe contra democracia
15/07/2025, 19:46:46Introdução
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro "figura como líder" na organização criminosa que buscou instaurar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Essa afirmação ocorreu em meio às alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 14 de julho.
Principais Atribuições de Bolsonaro
Gonet descreve Bolsonaro como o "principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito". Essa perspectiva destaca a importância de analisar as ações de Bolsonaro dentro de um contexto mais amplo de ameaças à democracia que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O Contexto do Golpe
De acordo com Gonet, Bolsonaro liderou a tentativa de evitar a posse do presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, e o plano de desestabilização começou a ser elaborado em 2021, com a ajuda de ministros e aliados próximos. O grupo, segundo as investigações, disseminou desinformação sobre as urnas eletrônicas e incitou a população a se voltar contra o processo eleitoral.
Repercussões da Declaração de Gonet
O procurador aponta que a PGR coletou um significativo volume de evidências, incluindo anotações, planilhas e mensagens de celular, que sustentam as acusações contra Bolsonaro e seus aliados. Um dos documentos destaca uma reunião em 5 de julho de 2022, onde Bolsonaro teria pressionado ministros a adotar uma postura contra a Justiça Eleitoral, dizendo: "Daqui pra frente quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui. Se o ministro não quiser falar, ele vai vir me explicar por que não quer".
Instabilidade Política e o Papel do Grupo
Conforme Gonet, a instabilidade política que se seguiu às eleições — incluindo as manifestações de caminhoneiros e os eventos de 8 de janeiro — pode ser considerada uma consequência direta das ações do grupo envolvido no golpe. A PGR sustenta que essa organização criminosa fomentou pedidos de intervenção militar e propagou a ideia falsa de fraude no sistema eleitoral, a fim de beneficiar Bolsonaro.
Conclusão
As alegações finais da PGR integram a ação penal 2.668 que está atualmente em tramitação no STF. Até o momento, Bolsonaro teve a oportunidade de se defender das acusações, negando todas elas durante um depoimento em junho. Outros sete indivíduos também são réus no mesmo processo, indicando a complexidade e a abrangência das supostas ações golpistas.