Eduardo Bolsonaro enfrenta empresários em racha no PL

Eduardo Bolsonaro enfrenta empresários em racha no PL

Ala radical e empresariado em conflito

Ala radical pró-tarifas dos EUA entra em conflito com grupo ligado a Tarcísio, que busca preservar relações com o setor produtivo.

Impacto das tarifas nos relacionamentos políticos

Para Eduardo, a retaliação comercial dos EUA pode ser um catalisador para forçar um recuo das instituições brasileiras. A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos acirrou as divergências internas no PL e em partidos do entorno do bolsonarismo.

A medida, anunciada na semana passada como resposta à suposta "perseguição política" contra Jair Bolsonaro (PL), fortaleceu o grupo liderado por Eduardo Bolsonaro, defensor das sanções, e aumentou a tensão com setores que têm priorizado o diálogo com o empresariado. Esta ala é representada por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que busca manter relações pacíficas com a indústria.

Posicionamento de Eduardo Bolsonaro

Eduardo, licenciado do cargo de deputado federal e radicado nos EUA desde fevereiro, tem articulado apoio político junto à base trumpista. Ele defende que as tarifas sejam utilizadas como instrumento de pressão sobre o STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente o ministro Alexandre de Moraes, visando uma anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Preocupações de Tarcísio

Por outro lado, Tarcísio mudou sua postura e agora busca um distanciamento em relação ao embate ideológico. O governador tem demonstrado preocupação com os efeitos econômicos das tarifas sobre a indústria e o agronegócio de São Paulo.

Na semana passada, ele se reuniu com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, para discutir os impactos da medida sobre o setor produtivo. A iniciativa foi criticada por Eduardo, que acusou Tarcísio de agir em "subserviência servil às elites".

A crescente tensão dentro do PL

A divergência dentro do PL se intensificou com ameaças de retaliação contra parlamentares que apoiam Tarcísio, do Republicanos, ou que se posicionam contra as tarifas.

Relatos apontam para pressões envolvendo a destituição de cargos de liderança na Câmara e, em alguns casos, ameaças de expulsão do partido. O embate colocou em lados opostos dois grupos com estratégias distintas: um centrado na retórica de enfrentamento e outro voltado à preservação de alianças com o setor produtivo.

Disputa pela sucessão de Jair Bolsonaro

A divisão reflete também disputas internas sobre a sucessão de Jair Bolsonaro. Com o ex-presidente inelegível, Tarcísio é cotado como principal nome da direita em 2026. Já Eduardo tenta se viabilizar como alternativa para o caso de uma reviravolta jurídica que mantenha o pai fora da disputa.

Críticas e exploração da oposição

Este conflito tem gerado desgaste público para ambos os lados, ampliado por críticas da oposição. A bancada do PT tem explorado o episódio para desgastar as lideranças da direita, acusando Tarcísio de ser conivente com a política externa bolsonarista.

Parlamentares petistas classificam as articulações de Eduardo nos EUA como um ataque à soberania nacional.