Pinguins-imperadores enfrentam extinção devido a mudanças climáticas

Pinguins-imperadores enfrentam extinção devido a mudanças climáticas

O Desaparecimento dos Pinguins-imperadores


O pinguim-imperador, a maior espécie de pinguim do planeta, está desaparecendo rapidamente devido ao avanço das mudanças climáticas que afetam diretamente seu habitat na Antártida. Segundo um estudo divulgado pela revista Nature Communications: Earth & Environment, realizado por pesquisadores do British Antarctic Survey (BAS), a população desta espécie diminuiu 22% nos últimos 15 anos. Esse resultado é cerca de 50% pior do que o previsto anteriormente por modelos científicos, que apontavam uma redução inferior a 10% entre 2009 e 2018.

Com o nome científico Aptenodytes forsteri, o pinguim-imperador já é classificado como "quase ameaçado" na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). A espécie, que vive exclusivamente na Antártida, não enfrenta os mesmos riscos de outras aves marinhas, como a pesca predatória ou a poluição. O seu único fator de risco é o colapso ambiental provocado pelo aquecimento global. Os pesquisadores do BAS afirmam: "Os pinguins-imperadores são provavelmente o exemplo mais marcante do impacto real do aquecimento global".

Consequências da Pesquisa


A pesquisa utilizou imagens de satélite de alta resolução de 16 colônias localizadas em regiões como a Península Antártica, o Mar de Weddell e o Mar de Bellingshausen. Juntas, essas áreas representam cerca de um terço da população total de pinguins-imperadores. Segundo os cientistas, o aumento das chuvas, o surgimento de novos predadores e, principalmente, o afinamento do gelo marinho, onde os filhotes nascem e se desenvolvem, provocaram uma sequência de impactos devastadores. Em alguns casos, o gelo se rompe antes que os filhotes tenham crescido o suficiente para resistir ao frio extremo, levando à perda de todos os recém-nascidos da colônia. "Algumas colônias perdem todos os seus filhotes porque o gelo cede enquanto os pequenos ainda são frágeis demais para sobreviver no frio congelante da Antártida", aponta o relatório.

O Futuro dos Pinguins-imperadores


Embora os pesquisadores ainda estejam ampliando a pesquisa para outras regiões do continente antártico, já trabalham com a possibilidade de extinção total da espécie até o fim deste século. A migração para o sul, em busca de áreas mais estáveis, é uma alternativa considerada, mas pode não ser suficiente para garantir a sobrevivência dos animais. Os especialistas acreditam que a única chance real de reverter a situação é pela contenção global das emissões de gases de efeito estufa. "Vamos perder muitos pelo caminho, mas se reduzirmos drasticamente nossas emissões de gases de efeito estufa, então salvaremos o pinguim-imperador", afirmam os pesquisadores.