Modelo de concessão do Cânion Fortaleza gera polêmica

Concessão do Cânion Fortaleza em xeque

A redução no fluxo de visitantes no Cânion Fortaleza, localizado em Cambará do Sul (RS), reacende críticas ao modelo de concessão administrado pela Urbia. O incidente trágico, que resultou na morte de uma menina de 11 anos, evidenciou os problemas enfrentados pelo parque, onde uma das principais atrações foi suspensa. Desde que a Urbia assumiu a gestão em 2021, o parque deveria ter passado por melhorias significativas, com um compromisso de investimento de mais de R$ 20 milhões em infraestrutura, segurança e serviços.

Consequências do modelo de gestão

A suspensão da operação da tirolesa, que havia sido inaugurada em julho de 2023 e se apresentava como a mais alta da América Latina, gerou descontentamento. A concessionária atribui a queda de 60% no número de visitantes à má condição das vias de acesso. Os preços dos ingressos para os parques nacionais da região, que atualmente estão em R$ 102 por pessoa, acrescem um custo alto para as famílias. Com informações de portais como GZH e G1, foram relatadas perdas significativas na visitação, com estimativas de queda de até 50% em comparação aos anos anteriores à concessão.

A voz da deputada e a reestatização

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) manifestou sua insatisfação com o modelo de gestão vigente. Em suas palavras: “O que antes era um passeio gratuito passou a ter um custo enorme. Se pensarmos em uma família com dois filhos, apenas a entrada nos parques custa mais de R$ 400, sem contar deslocamento, alimentação e hospedagem.” A parlamentar sugere a reestatização do parque como uma solução viável para restaurar o turismo local e reverter a situação econômica da cidade, que depende desse fluxo turístico para a sobrevivência de restaurantes e empresas de ecoturismo.

Segurança em foco

Sobre o recente acidente que resultou na morte da menina Bianca Bernardon Zanella, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que vai revisar e reforçar a segurança nas áreas de visitação. O incidente, que ocorreu quando a criança caiu de um mirante sem proteção, suscita questionamentos sobre as medidas de segurança adotadas no parque. O ICMBio se colocou à disposição para apoiar a família da vítima e colaborar com as investigações pertinentes.

Conclusão

A situação do Cânion Fortaleza é um reflexo de como questões de gestão e segurança podem impactar diretamente a experiência do turista e a valorização de um espaço tão precioso. A necessidade de uma revisão do modelo de concessão e a reavaliação das condições de segurança são essenciais para garantir que tragédias como essa não se repitam. É crucial que as autoridades se mobilizem para encontrar uma solução que beneficie tanto a comunidade local quanto os visitantes do parque.