Psiquiatra alerta sobre transtorno de acumulação e isolamento

Psiquiatra alerta sobre transtorno de acumulação e isolamento

Entendendo o transtorno de acumulação compulsiva

O transtorno de acumulação compulsiva é uma condição caracterizada pela dificuldade em descartar pertences, o que gera sofrimento significativo para a pessoa afetada. Diferente dos colecionadores, que mantêm seus itens organizados e catalogados, os acumuladores guardam objetos de maneira desordenada. Muitas vezes, quem sofre desse transtorno não reconhece sua condição e pode entrar em negação, o que torna o tratamento ainda mais complicado.

O caso que chamou atenção

No dia 3 de julho, um caso em Maceió destacou a gravidade desta condição, quando a Vigilância Sanitária retirou 25 toneladas de lixo da casa de uma mulher que havia acumulado objetos ao longo de 25 anos. Este episódio trouxe à tona a discussão sobre a prevalência e os impactos do transtorno de acumulação compulsiva na vida de muitas pessoas.

Consequências do acúmulo

A psiquiatra Jordana Farias, em entrevista ao programa Bom Dia Alagoas, explica que a compulsão por acumular coisas pode levar ao isolamento social. "O transtorno da acumulação é um transtorno complexo e os pacientes acabam acumulando tanto que os ambientes da casa ficam inacessíveis. É perigoso para essas pessoas, que tendem a se isolar muito porque já que a família passa a criticar e brigar. Isso acaba sendo muito ruim para as pessoas [com o transtorno] porque eles não têm a percepção que aquilo ali está sendo algo exagerado", declarou a psiquiatra.

Impactos na convivência

Ter pilhas de coisas acumuladas pela casa pode impossibilitar a circulação dos moradores, e muitas vezes as pessoas próximas ao acumulador acabam se afastando. A falta de entendimento sobre a condição pode levar à criação de um ciclo vicioso de isolamento. "É como se você estivesse tirando uma parte da personalidade dele. Por isso, é fundamental que a família fique atenta para ajudar no tratamento. A família tem que ser uma rede de apoio, brigar não vai adiantar", destacou Jordana Farias.

Como abordar o problema

Para ajudar alguém que sofre com o transtorno de acumulação, é essencial que haja empatia na abordagem. A psiquiatra enfatiza a importância de acolher sem julgar e de incentivar a pessoa a buscar apoio psicológico. O caminho para a recuperação pode ser difícil, mas a ajuda e compreensão da família são igualmente importantes para que o indivíduo consiga lidar com sua condição de forma mais saudável.