Advogado de Bolsonaro nega conversas sobre delação com familiares de Cid

Advogado de Bolsonaro nega conversas sobre delação com familiares de Cid

Advogado de Bolsonaro solicita esclarecimentos ao STF

Na última quarta (25), Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouvisse Cunha Bueno e Fábio Wajngarten sobre suposta tentativa de obter informações sobre a colaboração. Segundo o ministro, relatos enviados por Cid e familiares indicam a \"suposta prática dos crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa\".

ANA POMPEU BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Amador Cunha Bueno, negou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que tenha atuado para conseguir detalhes da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Nesta mesma data, Alexandre de Moraes ordenou que a Polícia Federal ouvisse novamente os advogados Cunha Bueno e Wajngarten, sobre alegações que envolvem tentativas de obter informações em relação à delação. Relatos consistem em dizer que houve \"tentativas de obstrução de investigação\".

Entendendo a situação dos advogados

Cunha Bueno é membro da equipe de defesa de Bolsonaro no STF. Wajngarten, que anteriormente foi advogado do ex-presidente, também o assessorou até sua demissão no mês passado. A defesa de Cid revela que a mãe dele, Agnes Barbosa Cid, foi abordada durante eventos na Hípica de São Paulo por Luiz Eduardo Kuntz e Bueno. Os advogados de Cid afirmam que ambos \"cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid\".

Bueno confirmou ao STF que conheceu Agnes na Sociedade Hípica Paulista, mas negou o teor da conversa que Cid relatou. O advogado enfatizou que \"o encontro foi bastante breve, amistoso e absolutamente protocolar\", destacando que elogiou a neta de Agnes pela equitação. Segundo ele, \"nada para além disso\" ocorreu.

Histórico de interações

A defesa de Bueno também esclarece que ele e Cid se encontraram pela primeira vez em março de 2023, um tempo após Bueno assumir o caso das joias enviadas pela Arábia Saudita. O advogado menciona que o contato foi necessário devido à participação da Ajudância de Ordens, função que liderou durante o governo Bolsonaro. Segundo a petição, a comunicação entre eles foi breve até a prisão de Cid em maio de 2023. Desde então, os dois apenas se cumprimentaram de forma protocolar na sessão de interrogatórios da investigação golpista em junho.

O advogado defende que o tenente-coronel tenta construir outra narrativa em meio a provas de que não cumpriu seu acordo de colaboração. Em outro desdobramento relacionado ao caso, o coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e réu no caso da trama golpista, foi preso pela Polícia Federal em 18 de junho. A prisão se deu após o advogado de Câmara apresentar ao Supremo mensagens e áudios que teriam sido trocados entre ele e Cid, que abordavam conteúdos do acordo de colaboração do ex-ajudante de ordens. Moraes observou que Câmara tinha medidas cautelares que lhe proibiam de contatar outros investigados, inclusive por meios indiretos.

Considerações finais

Diante deste cenário complexo, fica evidente a necessidade de maior vigilância e transparência em casos de delação. Os desdobramentos da investigação envolvendo Mauro Cid e suas interações com outros advogados e familiares devem ser acompanhados de perto. Com isso, a população poderá ter uma visão mais clara do que realmente está ocorrendo.

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