Advogado de Bolsonaro nega conversas sobre delação com familiares de Cid
02/07/2025, 11:51:54Advogado de Bolsonaro solicita esclarecimentos ao STF
Na última quarta (25), Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouvisse Cunha Bueno e Fábio Wajngarten sobre suposta tentativa de obter informações sobre a colaboração. Segundo o ministro, relatos enviados por Cid e familiares indicam a \"suposta prática dos crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa\".
ANA POMPEU BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Amador Cunha Bueno, negou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que tenha atuado para conseguir detalhes da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Nesta mesma data, Alexandre de Moraes ordenou que a Polícia Federal ouvisse novamente os advogados Cunha Bueno e Wajngarten, sobre alegações que envolvem tentativas de obter informações em relação à delação. Relatos consistem em dizer que houve \"tentativas de obstrução de investigação\".
Entendendo a situação dos advogados
Cunha Bueno é membro da equipe de defesa de Bolsonaro no STF. Wajngarten, que anteriormente foi advogado do ex-presidente, também o assessorou até sua demissão no mês passado. A defesa de Cid revela que a mãe dele, Agnes Barbosa Cid, foi abordada durante eventos na Hípica de São Paulo por Luiz Eduardo Kuntz e Bueno. Os advogados de Cid afirmam que ambos \"cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid\".
Bueno confirmou ao STF que conheceu Agnes na Sociedade Hípica Paulista, mas negou o teor da conversa que Cid relatou. O advogado enfatizou que \"o encontro foi bastante breve, amistoso e absolutamente protocolar\", destacando que elogiou a neta de Agnes pela equitação. Segundo ele, \"nada para além disso\" ocorreu.
Histórico de interações
A defesa de Bueno também esclarece que ele e Cid se encontraram pela primeira vez em março de 2023, um tempo após Bueno assumir o caso das joias enviadas pela Arábia Saudita. O advogado menciona que o contato foi necessário devido à participação da Ajudância de Ordens, função que liderou durante o governo Bolsonaro. Segundo a petição, a comunicação entre eles foi breve até a prisão de Cid em maio de 2023. Desde então, os dois apenas se cumprimentaram de forma protocolar na sessão de interrogatórios da investigação golpista em junho.
O advogado defende que o tenente-coronel tenta construir outra narrativa em meio a provas de que não cumpriu seu acordo de colaboração. Em outro desdobramento relacionado ao caso, o coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e réu no caso da trama golpista, foi preso pela Polícia Federal em 18 de junho. A prisão se deu após o advogado de Câmara apresentar ao Supremo mensagens e áudios que teriam sido trocados entre ele e Cid, que abordavam conteúdos do acordo de colaboração do ex-ajudante de ordens. Moraes observou que Câmara tinha medidas cautelares que lhe proibiam de contatar outros investigados, inclusive por meios indiretos.
Considerações finais
Diante deste cenário complexo, fica evidente a necessidade de maior vigilância e transparência em casos de delação. Os desdobramentos da investigação envolvendo Mauro Cid e suas interações com outros advogados e familiares devem ser acompanhados de perto. Com isso, a população poderá ter uma visão mais clara do que realmente está ocorrendo.
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