Moraes nega anexação de documentos no processo de Bolsonaro
01/07/2025, 19:36:23Decisão de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta terça-feira (1º) o pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL) para anexar novos documentos ao processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. Moraes afirmou que não admitirá "tumulto processual" nem ações com objetivo de atrasar o andamento da ação penal.
Conteúdo da solicitação
A solicitação dos advogados de Bolsonaro incluía informações técnicas fornecidas por Meta e Google, relacionadas à conta de Instagram @gabrielar702, atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Segundo os dados apresentados, a conta foi criada com o e-mail maurocid@gmail.com, registrado em nome de Cid desde 2005. Também foram identificados telefones vinculados ao perfil, que teriam sido apreendidos com Cid e reconhecidos como de uso pessoal. Os endereços de IP usados na criação e no acesso à conta estariam associados à residência de Cid. A exclusão do perfil foi feita via VPN, dificultando a rastreabilidade, segundo os advogados.
Defesa de Bolsonaro
A defesa alegou que as informações comprovam a relação de Mauro Cid com a conta e que isso comprometeria sua delação premiada. De acordo com os advogados, o material desmente a versão de Cid, que nega ser o criador ou usuário do perfil e também nega ter discutido o acordo de colaboração com o advogado Eduardo Kuntz. Os defensores tentam invalidar a delação de Cid, peça central nas acusações contra Bolsonaro, sustentando que o vínculo com a conta e a suposta destruição de provas colocam a credibilidade do colaborador sob questionamento.
Manobras e andamento do processo
Além da anexação dos documentos, os advogados pediram manifestação antecipada da PGR (Procuradoria-Geral da República), antes do prazo das alegações finais. Moraes rejeitou os pedidos e manteve o cronograma do processo. O magistrado já abriu o prazo para alegações finais da PGR e das defesas. Após essa fase, ele irá elaborar seu voto e liberar o caso para julgamento na Primeira Turma do STF ainda neste ano.
No despacho, o ministro reforçou que não aceitará manobras protelatórias e que todas as questões levantadas serão analisadas no momento processual adequado.