MP investiga maquiadores da assessoria de Erika Hilton

MP investiga maquiadores da assessoria de Erika Hilton

Investigação do Ministério Público


O subprocurador-geral Lucas Furtado solicitou ao TCU (Tribunal de Contas da União) uma investigação sobre a contratação de dois maquiadores como secretários parlamentares pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Furtado pede que sejam adotadas "medidas necessárias para confirmar a contratação de maquiadores" e, caso haja ratificação, que uma tomada de contas especial seja instaurada para devolução de recursos gastos com salários e outras despesas desses assessores.

Denúncias graves


O subprocurador-geral esclarece que "ocorrências como a ora denunciada comprometem a confiança nas autoridades públicas" e destacam a necessidade de esclarecer as supostas irregularidades. Segundo ele, o caso pode estar associado a práticas arcaicas, como o patrimonialismo, nepotismo e favorecimento pessoal. Furtado ressalta que a contratação dos dois maquiadores possa ter configurado desvio de finalidade e "desmedida pessoalidade", uma vez que estaria dissociada da atividade parlamentar.

Contratação controvertida


Entre os maquiadores contratados por Erika Hilton estão Ronaldo Hass e Indy Montiel. Ambos, segundo relatos e postagens nas redes sociais, seguem exercendo funções relacionadas a suas atividades de maquiadores, mas também como assessores parlamentares. Hilton reconheceu ter conhecido os dois como maquiadores e, em seus perfis em redes sociais, decidiu defendê-los ao afirmar que, embora os conhecesse como maquiadores, eles também desempenham atividades em prol de seu mandato.

", declarou Erika Hilton em seu perfil em rede social. A contratação de Hass, por exemplo, ocorreu em novembro de 2024, e, segundo a transparência da Câmara, ele ocupa um cargo com remuneração de R$ 9.700. Montiel, cuja primeira nomeação foi em dezembro do mesmo ano, registrou, em maio, uma remuneração de cerca de R$ 2.100.

Resposta à investigação


Após a divulgação das contratações, a deputada enfrentou críticas de adversários políticos. Ela ressaltou, em suas redes sociais, a alegação de que existe uma "perseguição" contra ela. Em 2022, Erika Hilton fez história ao se tornar a primeira transgênero eleita para o Congresso. O subprocurador Lucas Furtado, ao escrever a representação, menciona que a contratação dos maquiadores, justificada pela qualificação deles na área, evidencia um possível "desvio de finalidade".

Furtado afirma que esse cenário caracteriza não só a nulidade dos vínculos funcionais, mas também as respectivas despesas que, se confirmadas as suspeitas de irregularidade, configurariam danos ao erário. O MP busca, assim, a atuação do Tribunal de Contas da União para adotar as providências necessárias em busca da reparação de qualquer prejuízo causado.