PF aponta Bolsonaro e Carlos por chefiar Abin paralela
19/06/2025, 19:39:31Investigação da PF sobre a Abin paralela
Um relatório entregue ao STF revela que Jair e Carlos Bolsonaro lideraram uma organização criminosa que utilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem política, interferência em inquéritos e desacreditação do sistema eleitoral. A Polícia Federal (PF) identificou quase 1.800 celulares que foram monitorados ilegalmente com tecnologia de origem israelense.
Detalhes da Operação
A PF atribui a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, e Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, o comando de uma estrutura clandestina que operou com a Abin. Segundo o relatório da investigação, ambos estabeleceram as "diretrizes estratégicas" para a espionagem e determinaram os alvos das operações clandestinas.
De acordo com os investigadores, a finalidade desse esquema era proteger interesses políticos e familiares, atacar opositores e desacreditar instituições democráticas. O ex-presidente foi identificado como "o centro decisório e o principal destinatário das 'vantagens' ilícitas". Embora não tenha sido formalmente indiciado por conta de outro processo pelo qual já responde, ele é descrito como o líder das ações de espionagem.
Perfil de Carlos Bolsonaro
Carlos é considerado o "idealizador" da inteligência paralela pela PF. A investigação o descreve como alguém que está "no cerne das ações delituosas" e que direcionava as informações obtidas pelas operações clandestinas.
Implicações da investigação
O relatório, que conta com 1.125 páginas, foi assinado pelo delegado Daniel Carvalho Brasil Nascimento, da Divisão de Operações de Inteligência Cibernética da PF. Após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o sigilo do documento foi levantado, permitindo maior transparência nas informações coletadas.
A PF estabeleceu que, entre fevereiro de 2019 e abril de 2021, um programa israelense chamado First Mile foi usado para rastrear 1.796 telefones, realizando mais de 60 mil consultas de forma irregular. Este software, capaz de explorar vulnerabilidades em redes 2G e 3G, permitiu o monitoramento de diversas vítimas, categorizadas em grupos como servidores do TSE, Poder Judiciário, Ministério Público e outros.
Conclusão
As investigações sobre Jair e Carlos Bolsonaro refletem um sistema de espionagem que atravessou os limites legais e éticos, gerando preocupações significativas sobre a integridade do sistema político brasileiro. Com 36 pessoas indiciadas e uma rede complexa de ações clandestinas, a implicação dos líderes da organização criminosa pode ter repercussões duradouras para a política nacional.
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