Investigação aponta policiais federais em campanha de Ramagem
19/06/2025, 19:41:10Introdução
A suspeita de que parte do grupo que assessorava Ramagem na Abin tenha trabalhado para ele durante as eleições já era alvo da CGU (Controladoria-Geral da União). Recentemente, a Polícia Federal (PF) localizou duas planilhas que indicam supostos gastos de campanha, levantando questionamentos sobre a legalidade dessas ações.
O Relatório da 'Abin Paralela'
Conforme informações da PF, planilhas de gastos encontradas mostram que policiais federais da ativa trabalharam na campanha eleitoral do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) em 2022, enquanto estavam de licença remunerada para capacitação. O relatório da chamada "Abin paralela" trouxe à tona indícios de que três policiais federais receberam R$ 2.000 mensais, além de seus salários habituais, durante a campanha.
Os servidores envolvidos, Felipe Arlotta Freitas, Henrique César Prado Zordan e Alexandre Ramalho Dias Ferreira, foram cedidos pela PF para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Jair Bolsonaro, quando Ramagem era diretor-geral da agência.
Detalhes das Planilhas de Gastos
A PF encontrou dois arquivos relevantes que revelam os gastos relacionados à campanha. O primeiro, denominado "Estimativas de gastos base (jun e jul)", continha os nomes dos três policiais com a descrição "pagamento de pessoal", onde também estavam listadas despesas como aluguel, condomínio e faxina nos meses de junho e julho.
O segundo arquivo, intitulado "Gastos", estava em uma pasta do computador de Ramagem marcada como "Campanha 2022". Neste, os pagamentos de R$ 2.000 mensais por policial foram confirmados, totalizando R$ 6.000 para cada um dos três envolvidos.
Implicações Legais
A investigação da PF classifica essa situação como uma conduta ilegal. Segundo o relatório, "A utilização de policiais federais, em desvio de suas respectivas funções para trabalharem em campanha eleitoral mediante pagamento de valores, é conduta com alcance típico penal". Isso se torna ainda mais grave considerando que as licenças em questão eram remuneradas, o que não permite acumular outra atividade remunerada.
Dentre os serviços prestados, a PF destaca a realização de levantamentos sobre indivíduos e candidatos que mantinham relações com Ramagem durante a campanha.
Além disso, em uma das residências dos policiais, a PF encontrou um contrato de locação de um imóvel na Barra da Tijuca, utilizado como base para a campanha eleitoral de 2022.
Reações e Consequências
A PF indiciou os três policiais federais e também Ramagem. O deputado criticou a operação, afirmando que a investigação da PF foi uma tentativa de "desconstruir" sua gestão à frente da Abin. Ramagem explicou que as sindicâncias abertas pela CGU para investigar possíveis desvios de conduta ainda não tiveram seus resultados divulgados.
Assim, a situação torna-se cada vez mais complexa, com questões de legalidade e ética em jogo. É fundamental acompanhar os desdobramentos dessa investigação e suas possíveis consequências para os envolvidos.
Conclusão
Este caso evidencia a importância da transparência nas campanhas eleitorais e o papel das instituições públicas na fiscalização das atividades de seus servidores. O desvio de função e o uso de recursos públicos para fins pessoais não podem ser tolerados em um Estado democrático. Fique atento às atualizações sobre esse caso, pois ele pode ter implicações significativas para o cenário político brasileiro.