Enfermeira argentina condenada por mortes de bebês na maternidade

Enfermeira argentina condenada por mortes de bebês na maternidade

Um Crime Chocante

A Justiça da Argentina condenou a enfermeira Brenda Cecilia Agüero à prisão perpétua, nesta quarta-feira (18), pela morte de cinco bebês no Hospital Materno-Neonatal Ramón Carrillo, em Córdoba. A informação é do jornal Clarín. Umas das histórias que chocaram o país envolve recém-nascidos saudáveis que morreram poucas horas após o parto, ainda na maternidade.

Decisão do Júri

O júri concluiu que a enfermeira de 30 anos injetou insulina ou potássio em 13 bebês, duas substâncias que provocaram complicações e acabaram levando à morte de cinco deles. Ela foi condenada por homicídio qualificado em razão das cinco mortes e tentativa de homicídio nos casos em que os bebês sobreviveram.

Punições Adicionais

Além da enfermeira Agüero, outros envolvidos no caso também enfrentaram punições severas. A ex-diretora adjunta do Hospital Neonatal, Liliana Asis, foi condenada a cinco anos de prisão. Liliana havia permanecido em prisão domiciliar por três anos antes do julgamento e está proibida de assumir cargos públicos por cinco anos.

O ex-diretor adjunto do hospital, Julio Escudero Salama, recebeu uma pena de cinco anos com a possibilidade de fiança para sua libertação, enquanto o ex-secretário de Saúde, Pablo Carvajal, foi condenado a quatro anos de prisão e também a uma proibição de exercer a profissão pelo mesmo período.

Processo Judicial

As médicas Adriana Moralez e Martha Gómez Flores, que ocupavam cargos relevantes na instituição, foram condenadas a cinco anos de prisão e uma inibição de quatro anos para exercer a profissão, embora tenham sido libertadas sob fiança. O ex-ministro da Saúde, Diego Cardozo, foi absolvido da acusação de ocultação do crime. Também foram absolvidos diversos outros profissionais que foram citados no caso.

Compensações às Famílias

A Corte decidiu que as famílias dos bebês afetados seriam reconhecidas como vítimas de violência institucional e determinou indemnizações multimilionárias a serem pagas por Brenda Agüero e pela Província de Córdoba.

O Julgamento

Um dos julgamentos mais importantes da história judicial de Córdoba iniciou-se em 6 de janeiro e, ao longo de seis meses, foram realizadas 57 audiências com os depoimentos de 99 testemunhas. Durante o processo, ocorreram diversas vigílias do lado de fora do tribunal, com a presença de mães e pais que perderam seus bebês e de parentes que apoiavam a enfermeira.

Cronologia dos Eventos

Os casos começaram em 18 de março de 2022 e se estenderam até 6 de junho daquele ano. Inicialmente, acreditava-se que as mortes eram reações a vitaminas, mas com o surgimento do sétimo caso, essa hipótese foi descartada quando perfurações na perna direita de um bebê foram notadas, sugerindo injeções. Na madrugada de 6 de junho, quando quatro bebês passaram mal, a direção do hospital afastou 23 pessoas, incluindo Agüero.

A intervenção da Justiça aconteceu quase um mês depois, não por iniciativa do hospital, mas devido a informações passadas pelo marido de uma anestesista que trabalhava na instituição. Brenda Agüero foi presa no dia 19 de junho e permanece na prisão de Bouwer desde então.

A polícia encontrou no celular de Agüero arquivos sobre os efeitos do potássio em bebês, mas ela alegou que eram materiais de treinamento relacionados ao seu trabalho, afirmando que um colega havia compartilhado esses arquivos com ela. A enfermeira sempre defendeu sua inocência.