PF indicia Bolsonaro e Ramagem no inquérito da Abin

Inquérito da Polícia Federal sobre a Abin paralela

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a espionagem de opositores durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O caso, que ganhou notoriedade, é conhecido como "Abin paralela".

Entre os indiciados, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Agência, Alexandre Ramagem (atualmente deputado federal do PL-RJ), e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL). No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas, demonstrando a seriedade das acusações.

Conexões com a atual gestão da Abin

A investigação não se limitou ao passado. O atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também está na lista de indiciados, assim como o vice da agência, Alessandro Moretti.

Luiz Fernando Corrêa é uma figura de confiança do PT e já havia chefiado a Polícia Federal durante o segundo mandato de Lula, entre 2007 e 2011.

Acusações de conluio e espionagem ilegal

A PF alega que houve "conluio" entre a atual gestão da Abin e a administração anterior, com a intenção de impedir que monitoramentos ilegais chegassem ao conhecimento público. O inquérito revela que a Abin foi utilizada para um esquema de espionagem ilegal a fim de satisfazer interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e de sua família.

Operações da PF e softwares de espionagem

Recentemente, em outubro de 2023, a PF lançou a Operação Última Milha, cujo nome alude ao software "espião" FirstMile. De acordo com a investigação, esse programa foi acionado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos registrado em 2020, ano das eleições municipais.

Em janeiro de 2024, as residências de Alexandre Ramagem foram alvo de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada, sinalizando a continuidade da investigação.

Conclusão

Esse caso levanta sérias preocupações sobre o uso de entidades governamentais para fins pessoais. A “Abin paralela” poderá ter consequências importantes para as figuras envolvidas e para a política brasileira como um todo. Acompanhe nosso blog para mais atualizações sobre esse e outros casos relevantes.