Protesto do MTST no Minhocão
Manifestantes do MTST empunham cartazes contra as obras na região central de SP. Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) realizaram um protesto, na manhã desta sexta-feira (13), no canteiro de obras do elevado João Goulart, o Minhocão, no centro de São Paulo, contra o projeto da Prefeitura que está em andamento desde o mês passado. As obras começaram em abril, levantando polêmica, com a abertura de um bolsão de vagas para estacionamento sob o viaduto. No último sábado (7), a prefeitura iniciou obras para a construção de jardins de chuva. Nesta sexta, o grupo do MTST chegou por volta das 9 horas, com cartazes e palavras de ordem contra a gestão Ricardo Nunes (MDB), e ocupou a área onde os funcionários trabalhavam na instalação de floreiras. Os funcionários da obra permaneceram aguardando, de braços cruzados. Os manifestantes protestavam contra a suposta expulsão das pessoas em situação de rua que ocupavam aquele espaço, principalmente à noite, quando montavam barracas. “Florido por cima, desumano por baixo” e “Não é revitalização, é higienização”, eram algumas das frases dos cartazes. Segundo Beatriz Nowicki, coordenadora estadual do MTST, o objetivo do protesto era denunciar “a entrega da cidade à especulação mobiliária e a violência com que é feita a expulsão das pessoas em vulnerabilidade que ocupavam o espaço” e que, segundo ela, foram espalhadas pela cidade sem uma política de moradia. Os manifestantes permaneceram no local até por volta das 11h. Após a saída do grupo, os funcionários retomaram os trabalhos.O que diz a prefeitura
Questionada pelo Portal iG, a Prefeitura de São Paulo afirmou, por meio de nota, que a revitalização de espaços públicos é um ato contínuo da administração e que a requalificação daquela área é uma demanda da população. A nota diz ainda que “a gestão reitera que tem ampliado as ciclovias na cidade e a que está localizada sob o Minhocão será mantida”. Sobre a questão dos moradores de rua, a Prefeitura informou apenas que tem a maior rede socioassistencial do país, com 29 mil vagas para pessoas em situação de rua. As obras que estão em andamento fazem parte da segunda fase do projeto que a prefeitura chama de requalificação da rua Amaral Gurgel sob o elevado e devem abranger quatro quarteirões, entre as ruas Cunha Horta e Jaguaribe. Esta fase prevê a construção de um bolsão para taxistas, um ponto de aluguel de bicicletas e de trepadeiras instaladas nos pilares do Minhocão, junto dos jardins de chuva.Sobre o Minhocão
O Minhocão foi inaugurado em 1971 e construído com o objetivo de facilitar o tráfego de carros em uma cidade com crescimento acelerado, ligando a Zona Oeste à Zona Leste da capital paulista. Ao longo das décadas, a estrutura passou a ser alvo de críticas, como a desvalorização dos imóveis da região e o impacto negativo na paisagem urbana dos bairros por onde passa: República, Santa Cecília e Barra Funda. Atualmente, o viaduto funciona como via expressa para veículos apenas nos dias úteis até às 20h. Após esse horário e aos finais de semana e feriados, o Minhocão é fechado para automóveis e aberto para o público das 7h às 22h, funcionando como um espaço para caminhada, corrida e lazer.