Moradores do Pinheiro e Farol relatam novas rachaduras
11/06/2025, 14:51:38Novas rachaduras preocupam moradores
A Defensoria Pública fez uma vistoria nos locais e informou que vai cobrar à Defesa Civil de Maceió a revisão das áreas de risco.
Nos últimos dias, pisos, paredes e tetos de imóveis nos bairros Pinheiro e Farol apresentaram novas rachaduras. A situação tem gerado preocupação entre os moradores, principalmente aqueles que ainda residem nas áreas afetadas pelo afundamento do solo, um problema que já se arrasta há algum tempo em Maceió.
Impacto nas residências
No Farol, as rachaduras são visíveis tanto na parte externa dos prédios quanto nos apartamentos da rua Miguel Palmeira. A situação é ainda mais alarmante na garagem dos apartamentos, onde o piso está completamente desnivelado. Os moradores associam essas anomalias ao afundamento do solo, um fenômeno causado em grande parte pela mineração de Braskem na região.
A atuação da Defensoria Pública
A Defensoria Pública estadual realizou uma vistoria nos imóveis afetados. Segundo relatos de Sione Silva, proprietária de um mercadinho no Pinheiro, as compensações não têm sido adequadas. "A gente está numa situação dessa e eles não vêm indenizar a gente de nada. Não têm moradores, a população que passa não compra. Eu queria que realmente eles viessem ver como é que a gente vai ficar aqui, né? A gente não tá aguentando mais", lamentou Sione.
A situação no Farol também é crítica, com várias rachaduras visíveis dentro e fora dos prédios. Givanderson, um morador do local, relatou que a Defesa Civil esteve presente e fez um levantamento fotográfico, porém foi informada de que a situação é causada pela falta de manutenção, o que não condiz com a realidade observada pelos moradores.
Solicitação de revisão das áreas de risco
O defensor público Ricardo Melro comentou sobre a necessidade urgente de uma reavaliação das metodologias aplicadas, uma vez que os danos observados superam as áreas delimitadas pelo Comitê de Avaliação Técnica. "Conforme tudo que temos visto e constatado em campo, já passou muito da hora de fazer uma reavaliação da metodologia, porque os moradores estão demonstrando, e nós estamos demonstrando para toda a sociedade, que os danos vão muito além daquele perímetro que o Comitê de Avaliação Técnica delimitou", afirmou Melro.
A Defensoria Pública irá encaminhar a nova avaliação para uma equipe de geólogos de Alagoas e do Brasil para que a metodologia seja contestada na justiça. "A gente clama ao Poder Judiciário que julgue não com base no mundo maravilhoso dos relatórios da Braskem ou da Defesa Civil, julgue com base no mundo real, do que está acontecendo aqui pertinho", completou.
Enquanto isso, os moradores continuam a esperar por uma solução que traga segurança e justiça para suas vidas, que foram profundamente afetadas por essa crise em Maceió.