Mulher resgatada após 22 anos de escravidão em Manaus
09/06/2025, 09:04:24História de Superação e Resgate
Uma mulher de 34 anos foi resgatada em Manaus após ser submetida a condições análogas à escravidão por 22 anos, de acordo com o Ministério do Trabalho. A história começa quando, aos 12 anos, a vítima iniciou seu trabalho na casa de uma família local. Ela foi atraída por uma promessa de cuidar de uma idosa e ter acesso a oportunidades educacionais, promessas que nunca se concretizaram.
Durante mais de duas décadas, essa mulher atuou sem registro formal, sem remuneração e em jornadas exaustivas. Além das tarefas domésticas, ela ainda era obrigada a produzir doces que eram comercializados pelos seus empregadores. Em diferentes períodos, a mulher prestou serviços para diversos membros da mesma família, vivendo sempre em condições extremamente precárias.
Condições Sub-humanas
O ambiente em que ela estava era degradante. A vítima dormia em um quarto que não tinha ventilação adequada, sem um guarda-roupa e sem as mínimas condições de higiene. Relatos feitos à equipe de auditores fiscais evidenciam a severidade da situação: a mulher trabalhava frequentemente descalça e, em alguns momentos, não tinha acesso a itens básicos, como produtos de higiene pessoal.
Descoberta e Ação das Autoridades
A situação crítica foi descoberta em uma ação conjunta coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União (DPU). A fiscalização aconteceu no dia 5 de junho, no bairro Ponta Negra, zona oeste da capital amazonense, após denúncias que foram encaminhadas desde o fim de maio.
Após o resgate, a mulher recebeu atendimento psicossocial pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) e foi posteriormente encaminhada para reencontrar a sua família. As autoridades responsáveis ainda estão avaliando as medidas legais que podem ser aplicadas contra aqueles que foram responsáveis pela exploração, que enfrentam a possibilidade de responder pelo crime de trabalho análogo à escravidão.