Anac suspende operações aéreas dos Correios a partir de quarta

Suspensão das operações aéreas dos Correios

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão de todas as operações aéreas dos Correios a partir de quarta-feira (4). A medida cautelar foi tomada após uma fiscalização realizada entre fevereiro e abril deste ano, que apontou o descumprimento de medidas essenciais para a segurança, como a "identificação e recusa da introdução de artigos perigosos" em cargas enviadas pelo transporte aéreo.

Fiscalização e Recomendações da Anac

No ofício que determina a interrupção do transporte, a Anac explicou que a fiscalização deste ano constatou que os Correios não cumpriram “integralmente” as providências de segurança. Isso inclui restrições como o transporte exclusivo de malas postais com conteúdo declarado e a necessidade de um funcionário qualificado acompanhar a preparação dessas cargas. Além disso, outras medidas foram cumpridas apenas de forma parcial.

Condições para Cancelamento da Suspensão

A Anac ressalta que a interrupção do transporte aéreo poderá ser revertida caso os Correios, junto aos operadores aéreos que prestam serviço à estatal, comprovem que seguiram as medidas exigidas. Eles devem também apresentar um cronograma detalhado para adequação completa às normas de segurança da agência, assim como uma análise de risco conjunta entre os Correios e as empresas prestadoras de serviços, atestando que as operações estão dentro de níveis aceitáveis de risco.

Posicionamento dos Correios

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, afirmou que a estatal vem dialogando com a Anac há meses e está empenhada em resolver as questões antes da suspensão anunciada. “Na próxima terça-feira (3), haverá uma reunião para validar as medidas já debatidas. Estamos fazendo tudo. Não houve suspensão e assim que validarem essa situação, se resolve”, declarou o presidente.

Responsabilização e Desafios Anteriores

Apesar de as falhas terem sido identificadas em fiscalização no início de 2025, em nota enviada à reportagem, a estatal atribui a responsabilidade a gestões anteriores. “Os Correios estão comprometidos com o cumprimento integral da legislação vigente. O problema decorre de práticas herdadas de gestões passadas e representa mais um desafio que a atual administração está enfrentando para garantir a regularização completa do serviço. A empresa está adotando todas as medidas cabíveis para solucionar a situação no prazo estipulado, reafirmando o compromisso com a segurança das operações e o atendimento à população”, destaca a nota.

Desafios Herdados e Melhorias

O presidente da estatal também mencionou que o problema se arrasta desde 2015. “Só na nossa gestão é que avançamos”, afirma Silva, apontando entre as limitações herdadas, a falta de equipamentos de raio-X nas unidades dos Correios nos aeroportos, onde a carga é processada para transporte. Ele ressaltou que novos equipamentos foram adquiridos e capacitações foram realizadas com as equipes para garantir o cumprimento das normas da Anac. “A empresa estava para ser privatizada e não houve investimentos necessários”, completou.