Ciro Nogueira e Tarcísio negam tentativa de golpe no STF

Ciro Nogueira e Tarcísio negam tentativa de golpe no STF

Contexto da Audiência

Na última sexta-feira (30), os ex-ministros Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas foram ouvidos por videoconferência como testemunhas de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos negaram saber de qualquer envolvimento de Bolsonaro em tentativas de ruptura institucional ou golpe de Estado, durante suas declarações ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Depoimentos de Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas

Ciro Nogueira, atual senador e ex-ministro da Casa Civil, afirmou que em diversos encontros com Bolsonaro, não houve menções sobre tentativas de golpe. "Em hipótese nenhuma. Nunca aconteceu isso", declarou Nogueira. Ele reiterou que sempre recebeu orientações do ex-presidente para realizar a transição de forma eficiente.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, acrescentou que "jamais" houve qualquer conversa sobre golpe, tanto antes quanto depois das eleições. Ele destacou que, após a derrota de Bolsonaro na tentativa de reeleição em 2022, visitou o ex-presidente pelo menos duas vezes, sendo que em ambas as ocasiões, nunca se tratou do assunto de ruptura.

Ambiente de Transição

Tarcísio também observou a situação emocional de Bolsonaro após a derrota, indicando que o ex-presidente estava passando por um momento de abatimento, mas, segundo ele, a transição ocorreu plenamente, sem anormalidades. As declarações dos ex-ministros foram cruciais para o caso, uma vez que revelam o ambiente nos bastidores do governo após as eleições.

Outras Testemunhas e Desdobramentos

A audiência estava programada para incluir outros depoimentos, como o do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que foi dispensado pela defesa. Entre outros, as testemunhas incluem ex-ministros e um deputado distrital que foi relator de uma CPI sobre atos antidemocráticos.

Entenda a Ação Penal

A ação penal 2668, na qual Bolsonaro é apontado como um dos principais beneficiários de um suposto complô, começou a ser investigada após a aceitação de parte da denúncia pela Primeira Turma do Supremo. As audiências, que começaram em maio, prosseguem sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, o relator do caso, que proibiu gravações das declarações.

Conclusão

O exame dos depoimentos revela não apenas a posição dos ex-ministros, mas também o estado atual das investigações sobre as tentativas de instabilidade no país. A defesa de Bolsonaro busca descaracterizar as acusações de golpe, enquanto os desdobramentos da ação penal seguem com novos depoimentos e a análise do cenário político e jurídico que se desdobra a cada audiência.