Ex-secretário do Ministério da Justiça se arrepende de postagens

Ex-secretário do Ministério da Justiça se arrepende de postagens

Arrependimento de Publicações


O brigadeiro Antonio Ramirez Lorenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça durante o governo Jair Bolsonaro, revelou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) seu arrependimento por algumas publicações feitas nas redes sociais. Lorenzo destacou que plataformas digitais não devem ser utilizadas como "arena pública", sugerindo que é melhor "guardar opiniões para si". Essa declaração foi feita enquanto Lorenzo depunha sobre o ex-ministro Anderson Torres, réu em uma investigação relacionada à tentativa de golpe de Estado.

A Declaração


Lorenzo foi questionado pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, que trouxe à tona as publicações de Lorenzo onde ele criticava o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, chamando-o de "adolescente metido a influencer" e rotulando Luiz Inácio Lula da Silva como "vergonha nacional". Tais críticas foram feitas logo após o vandalismo em Brasília em dezembro de 2022. "Foi no calor da emoção", justificou Lorenzo sobre suas declarações.

Críticas à Coletiva de Imprensa


O ex-secretário também criticou uma coletiva de imprensa convocada por Flávio Dino, que assumiria o lugar de Torres no ministério, insinuando que Dino criava um "estardalhaço" sem resultado prático. "Assim funciona a esquerda… não é governo, não tem poder nem autoridade, mas convoca coletiva e, como sempre, sem resultado prático algum… Brasil rumo a um buraco vergonhoso… Lula vergonha nacional", afirmou Lorenzo, evitando qualquer condenação aos ataques que ocorreram.

Transição no Ministério e Live


No depoimento, Lorenzo também discutiu a transição no Ministério da Justiça, descrevendo-a como "decente". Ele mencionou ainda uma live de 2021, onde Bolsonaro e Torres supostamente atacaram as urnas eletrônicas, afirmando ter ficado "bastante assustado" quando a participação de Torres foi mencionada. Lorenzo explicou a preocupação da equipe em expor Torres o mínimo possível durante a transmissão, dado que o tema era sensível.

Preocupação com Crimes Eleitorais


Durante a audiência, ele corroborou a versão da defesa de Torres sobre uma reunião que discutiu o combate a crimes eleitorais, ressaltando que havia uma grande preocupação no segundo turno das eleições de 2022. 'O ministro Anderson sempre demonstrou isenção, separação entre o que era ação do ministério e o que era preferência pessoal', afirmou.

Advertências do STF


O ministro Alexandre de Moraes também advertiu Lorenzo durante a audiência, lembrando-o de que a Corte se concentrava em fatos. "Responda aos fatos. Se você acha ou não que teve golpe, isso não é importante para a Corte. Vamos nos ater aos fatos", declarou Moraes. Este depoimento, que ocorreu na quarta-feira (28), foi breve e contou com a participação de apenas mais uma testemunha, o coronel Rosivan Correia de Souza, da Polícia Militar do DF.

Conclusão


O depoimento de Lorenzo ao STF lança luz sobre as tensões políticas e os desafios enfrentados durante e após o governo Bolsonaro. Sua experiência serve como um alerta sobre o impacto das redes sociais e a responsabilidade de líderes públicos em suas declarações online.