Marinha e Aposentadoria: Depoimento de Olsen no STF
25/05/2025, 04:27:09Contexto do Depoimento
Marcos Sampaio Olsen prestou depoimento ao Supremo nesta sexta-feira (23) como testemunha da defesa de Almir Garnier, acusado de dar apoio ao plano golpista sugerido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Quebra de Tradicionalismo
Olsen, comandante da Marinha, afirmou ao STF que seu antecessor, Almir Garnier, quebrou a liturgia ao não participar da cerimônia de transferência de cargo. No entanto, ele esclareceu que não houve qualquer orientação para dificultar a posse do presidente Lula (PT), em janeiro de 2023.
A Cerimônia de Transferência
Durante seu depoimento, Olsen foi questionado sobre a solenidade pelo advogado de Garnier, Demóstenes Torres, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelo relator do caso na corte, Alexandre de Moraes. Ele destacou que a ausência de Garnier era incomum e que não havia registros de ausências em eventos similares no passado. "Não compareceu. E, ao que tenho notícia, não há registro da ausência de comandante que passe em ocasiões antigas", respondeu ao ministro.
Tradições Militares
O ministro Moraes enfatizou que a tradição militar é muito consolidada, afirmando que no meio militar, a tradição de prestar continência ao presidente é secular. Perguntado se o presidente deveria presidir a cerimônia, Olsen confirmou a necessidade de continua a tradição em situações comandadas por ele.
Motivos da Ausência
Olsen trouxe à tona que Garnier, ainda em dezembro de 2022, decidiu romper essa tradição e recusou-se a se reunir com José Mucio, o ministro da Defesa na época. Foram relatados motivos de descontentamento com a vitória de Lula como razão para sua decisão de deixar o cargo antes da posse do novo presidente.
Testemunho e Implicações
Questionado sobre possíveis ordens para dificultar a posse de Lula ou apoiando um golpe de Estado, Olsen negou. "Não recebi qualquer ordenação nesse sentido", garantiu, ressaltando a importância de seu papel como testemunha, uma vez que ocupava uma posição chave no comando de Operações Navais da Marinha.
Crise e Manutenção do Cargo
Após suas declarações e um vídeo que comparou a vida militar com a rotina civil, a relação de Olsen com o governo ficou tensa. O vídeo desagradou ao presidente Lula e ao ministro da Fazenda, levando a especulações sobre sua demissão. Contudo, José Mucio decidiu mantê-lo no cargo e gerenciar a crise, evitando uma insatisfação maior entre os membros da Marinha.
Reflexão Final
O depoimento de Olsen reflete não apenas a estrutura militar e as tensões políticas, mas também a relevância das tradições dentro das Forças Armadas. A situação continua a ser acompanhada de perto pela sociedade, uma vez que pode impactar tanto a imagem da Marinha quanto a relação entre os órgãos governamentais.