Governo intensifica vigilância contra gripe aviária no Brasil

Governo intensifica vigilância contra gripe aviária no Brasil

Medidas rigorosas do Mapa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu protocolos rigorosos de contenção na zona rural de Montenegro (RS), em um raio de 10 km a partir da propriedade foco do surto de gripe aviária. A estratégia visa adotar medidas de segurança e evitar a disseminação do vírus entre aves domésticas e rebanhos vizinhos.

Identificação do foco

Na quinta-feira (15), o Mapa identificou um foco de influenza aviária em um criatório comercial de aves destinadas à produção de ovos para incubação no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Esse é o primeiro foco confirmado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Países como China, Coreia do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e União Europeia mantêm embargo à exportação de frangos do país.

Ações de vigilância

Na área perifocal, de até 3 km, já foram vistoriadas 29 de 30 propriedades, com previsão de 100% até o fim do dia. Na zona de vigilância, de 3 km a 10 km, 238 de 510 propriedades passaram por inspeção, garantindo acompanhamento efetivo das condições sanitárias. Uma investigação de suspeita foi aberta em uma propriedade de subsistência na zona perifocal; as amostras seguem para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP) em Campinas e terão resultado preliminar para o fim desta segunda-feira (19).

Barreiras e desinfecções

Já foram instaladas cinco das sete barreiras de bloqueio de trânsito animal e quatro das seis barreiras de desinfecção; todas devem estar operacionais até segunda-feira (19). Na fazenda foco, aves e ovos foram descartados, e a limpeza e desinfecção das instalações estão em curso, incluindo três incubatórios.

Análise em Aguiarnópolis

Em Aguiarnópolis (TO), análise preliminar indicou presença de Influenza A, porém com baixa probabilidade de alta patogenicidade, considerando dados epidemiológicos e clínicos. O controle de trânsito mantém a situação sob vigilância. O Mapa reforça que a abertura de investigações é procedimento padrão da Defesa Agropecuária e que, em emergências, o número inicial de suspeitas tende a subir antes de voltar à normalidade, demonstrando a robustez do sistema e sua eficiência no tratamento de casos.

Rastreamento e destruição preventiva

Todas as unidades de ovos destinadas à incubação provenientes da granja afetada já foram rastreadas em incubatórios de Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul. Seguindo o Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle, o Mapa determinou a destruição preventiva desses ovos, ainda que não haja comprovação de contaminação pelo vírus da IAAP.

Ações de saneamento

Até agora foram implementadas imediatamente ações de saneamento, isolamento do foco e vacinação de emergência, conforme prevê o protocolo nacional. Equipes do serviço veterinário oficial, treinadas desde os anos 2000, executam vigilância ativa em aves silvestres, monitoramento contínuo na avicultura de subsistência e inspeções em pontos de entrada do país. O objetivo é não apenas eliminar o surto, mas também manter a capacidade produtiva e garantir o abastecimento, preservando a segurança alimentar.

Segurança para consumidores

O Mapa reforça que não há risco para consumidores: a IAAP não se transmite por carne ou ovos inspecionados, e a possibilidade de infecção em humanos é baixa, ocorrendo principalmente em profissionais com contato direto e prolongado com aves doentes.