Fusão bilionária entre Charter e Cox transforma mercado de TV

Fusão bilionária entre Charter e Cox transforma mercado de TV

Fusão entre Charter e Cox


A fusão entre as gigantes Charter e Cox, avaliada em incríveis US$34,5 bilhões, tem como objetivo fortalecer a presença das empresas no setor de telecomunicações. Este movimento é crucial para a indústria de TV a cabo, que passa por transformações significativas devido à contínua perda de assinantes, um fenômeno conhecido como corte de cabos.

Com esta fusão, a Charter pretende aumentar sua competitividade no mercado, abrangendo serviços de internet banda larga, telefonia celular e TV por assinatura. Executivos das duas companhias apresentaram a nova parceria como um avanço não apenas para os acionistas, mas que também beneficiará os clientes e o país, numa tentativa de criar uma relação positiva com o governo. A nova empresa, que resultará da fusão, será chamada de Cox Communications, adotando a marca Spectrum da Charter para seus serviços.

Foco no crescimento e inovacao


Jeffrey Wlodarczak, analista da Pivotal Research Group, comentou que a fusão tem lógica estratégica, permitindo que ambas economizem em marketing e invistam mais em inovação tecnológica. O CEO da Charter, Chris Winfrey, enfatizou que a nova companhia terá um alcance geográfico mais amplo e poderá obter vantagens significativas nas negociações de transmissão. Atualmente, a Charter conta com 12,7 milhões de clientes de vídeo, superando a Comcast e, com a fusão, esse número pode crescer para 14,4 milhões.

Desafios para a indústria de TV por assinatura


Ainda que o corte de cabos pareça ser uma realidade inevitável, as estratégias da Charter têm demonstrado eficácia. A empresa vem conseguindo frear sua perda de assinantes ao persuadir emissoras de mídia a incluir serviços de streaming gratuitos em seus pacotes, o que aumenta a percepção de valor para os clientes. Essa abordagem também é vantajosa para provedores de conteúdo, como Disney e Warner Bros. Discovery, que mantêm a receita de taxas de transmissão em um cenário onde estas poderão estar sob pressão. Os clientes da Cox irão beneficiar-se das mesmas condições que ajudaram a Charter a diminuir sua taxa de cancelamento, que caiu de 9,5% no segundo trimestre de 2024 para 7,3% no início deste ano.

Perspectivas futuras e estratégia de pacotes


Winfrey expressou otimismo com as perspectivas da Charter em continuar reduzindo suas perdas no segmento de vídeo, destacando que a empresa se orgulha de ter as menores perdas do setor. A estratégia de pacotes da Charter inclui serviços de streaming como Disney+, Peacock e Paramount+, modelo este que, segundo analistas, pode resultar em aumento de retenção de clientes no setor. Craig Moffett, da MoffettNathanson, considera a fusão uma adição bem-vinda, apontando que a retenção de clientes da Charter é significativamente melhor em comparação à concorrência e que essa tendência poderá ser ainda mais positiva com a implementação total da estratégia de bundling.

Colaboração e cenário incerto


Winfrey também menciona que, apesar do aumento no poder de negociação com plataformas de conteúdo, sua intenção é "colaborar" com os provedores. No entanto, mesmo com todos os avanços estratégicos, ele reconhece que o crescimento na indústria de TV por assinatura pode estar chegando ao fim. "Não sei se isso significa apenas menos perdas em vídeo ou um crescimento maior, mas creio que a situação pode não ser tão ruim quanto está atualmente. Mas prever o futuro é complicado", finalizou Winfrey.