Investimentos em Tecnologia Legal Atingem Recorde em 2024
16/05/2025, 19:48:05Investimentos em tecnologia legal em alta
Os investimentos em legal tech têm mostrado resultados surpreendentes, atingindo a marca de US$ 999 milhões em 2025. Esse crescimento é especialmente notável em um mercado de financiamento que enfrenta diversos desafios. De acordo com dados do Crunchbase, as expectativas para os investimentos em 2024 são ainda mais otimistas, prevendo-se que ultrapassem a impressionante cifra de US$ 2 bilhões.
Contexto do mercado de venture capital
No cenário atual, o mercado global de venture capital passa por uma desaceleração, devido a tarifas e quedas nas ações. Zach Posner, cofundador e sócio-gerente do The Legal Tech Fund, afirma: "Em um mercado de VC que está realmente tranquilo para o resto do mundo, isso tem sido tão quente quanto se pode imaginar". Ele observa que muitos investidores tradicionais do setor de software estão cada vez mais interessados em negócios de legal-tech, buscando se envolver na transformação digital da indústria jurídica.
Rodadas de investimento significativas
Recentemente, a Sapphire Ventures liderou uma rodada de investimento que soma US$ 60 milhões para a Supio, uma plataforma de software dedicada a escritórios de advocacia nas áreas de danos pessoais e ações em massa. Também vale mencionar que Bessemer e Day One Ventures participaram de uma rodada seed para a Marveri, que visa otimizar processos de diligência corporativa.
Inteligência artificial e inovação no setor
O crescente investimento em legal-tech também reflete o surgimento de startups que aproveitam o potencial da inteligência artificial. O Theo Ai, por exemplo, recentemente captou US$ 4 milhões em uma rodada seed, mostrando que há um forte interesse por parte dos capitalistas de risco nesse segmento. As startups do setor têm buscado soluções que automatizam tarefas que antes eram demorado para os advogados.
Transformação digital na advocacia
Até pouco tempo, a venda de software para escritórios de advocacia representava um desafio. Os advogados tinham dificuldades em lidar com documentos que não eram compatíveis com o software, frequentemente utilizando servidores físicos por questões de segurança. Com a introdução do ChatGPT, essa realidade começou a mudar. Posner destaca: "Foi a melhor demonstração que já existiu na história do software, da internet etc." O sucesso explosivo do ChatGPT, que alcançou 100 milhões de usuários em apenas 60 dias, levou advogados a reconhecer o potencial transformador dessa tecnologia.
O futuro dos serviços jurídicos
Um relatório do Goldman Sachs sugere que a inteligência artificial pode automatizar até 44% das tarefas jurídicas, um fator que exerce forte pressão sobre o setor. Os clientes agora esperam que seus advogados adotem várias tecnologias novas para garantir um serviço mais eficiente e a um custo justo. Essa demanda está impulsionando os escritórios a investirem em softwares mais sofisticados, beneficiando ainda mais as startups de legal-tech.
Oportunidades e desafios no setor
À medida que aumenta o nível de investimentos, também se observa uma crescente homogeneidade, onde novas startups estão sendo formadas com variações sutis dos mesmos modelos. Posner acredita que o próximo ciclo de crescimento recompensará aqueles que identificarem e solucionarem problemas específicos no setor jurídico. Ele observa que ferramentas altamente especializadas para nichos legais têm um grande potencial.
Considerações finais
A Microsoft já se estabeleceu amplamente na rotina dos advogados, mas isso deixa espaço para novas empresas focadas em nichos específicos prosperarem. Algumas startups já conseguiram alcançar um valor de mercado de nove dígitos oferecendo soluções que são essencialmente aprimoradas do Word. Posner conclui: "Neste momento, o que pode ser bom são tecnologias verticais específicas que se aprofundem — ferramentas que dizem: 'Isso é para locações de imóveis residenciais, já vimos de tudo e somos 100% precisos'." Se você tiver alguma dica ou insight, fique à vontade para entrar em contato com a repórter pelo e-mail mrussell@businessinsider.com ou pelo Signal @MeliaRussell.01.