Bolsonaro diz que não sairá do Brasil e morrerá na cadeia

Bolsonaro diz que não sairá do Brasil e morrerá na cadeia

Bolsonaro fala sobre sua situação legal

"Eu com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia", disse o investigado.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que não pretende sair do Brasil e que as autoridades podem prendê-lo. Ele se referiu à tentativa de golpe investigada como "um golpe da Disney".

"Eu com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia. Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí", disse ao canal AuriVerde Brasil.

Caso seja condenado pelos crimes de que é acusado na denúncia sobre a trama golpista de 2022, Bolsonaro poderá receber pena de mais de 40 anos de prisão. Ele é acusado de liderar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público, além da deterioração de patrimônio tombado.

O ex-mandatário tem argumentado que não seria possível a sua participação no golpe de estado, pois estava nos Estados Unidos na época. Essa argumentação também é importante para a defesa jurídica do político, que já apontou o 8 de janeiro de 2023 como episódio central para a materialidade do golpe.

"Está previsto 40 anos de cadeia. Me prendam. Estou com 70 já, quase morri em uma cirurgia. Vou morrer não vai demorar", afirmou Bolsonaro.

Ele voltou a afirmar que é perseguido pelo "sistema", que teria como objetivo não permitir que ele fosse uma alternativa em 2026. O ex-presidente citou a condenação da deputada federal Carla Zambelli como algo que "não tem cabimento" e comentou também o processo do delegado Ramagem, sugerindo que são exemplos de ativismo judicial. "Eu não sei até quando vou resistir", disse ele.

A entrevista focou na situação do agro no Brasil. Sobre o tema, Bolsonaro afirmou ter dado "segurança jurídica" ao setor em seu mandato e que "tirou a força do MST" na época.

Em relação à fraude do INSS, o ex-presidente indicou que os grandes beneficiados foram os sindicatos, que, segundo ele, não recebeu durante seu governo. Ele também mencionou o irmão do presidente Lula, que estaria à frente de um sindicato, afirmando não estar insinuando nada.

Atualmente, o ex-presidente é réu em um processo que investiga uma trama golpista armada em 2022, cuja intenção, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), era evitar a posse do presidente Lula (PT). Para evitar uma condenação, Bolsonaro tem investido em diversas frentes, como o pedido de anistia aos golpistas do 8 de janeiro, entre outros.