Compostos marinhos da Marinha podem ser aliados contra câncer
13/05/2025, 19:55:57Compostos marinhos da Marinha podem ser aliados contra câncer
A cientista e pesquisadora Giselle Pinto de Faria Lopes foi premiada pelo seu estudo inovador focado no potencial das algas marinhas na prevenção e no tratamento de doenças graves, incluindo o câncer. Ela é titular do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e recebeu pelo segundo ano consecutive o Prêmio "Soberania Pela Ciência", da Marinha do Brasil.
Apesar dos desafios da carreira científica no Brasil, que exigiu que ela participasse de mais de vinte concursos públicos para alcançar seu cargo atual, Giselle é impulsionada por sua paixão e inspirada por sua família. Com uma sólida trajetória acadêmica, ela é graduada em Biomedicina e, por 20 anos, atuou no Instituto Nacional de Câncer (INCA), onde pesquisou a biologia das células cancerosas e estratégias de tratamento utilizando produtos naturais.
Em 2018, foi acolhida pelo Departamento de Biotecnologia Marinha do IEAPM, ao qual expandiu suas pesquisas para os potenciais produtos naturais marinhos. No ambiente marinho, seu trabalho permite a exploração de compostos não apenas como agentes anticâncer, mas também como fontes de antídotos e suplementos.
Giselle lidera dois projetos importantes: o "Superalimento", que visa a suplementação alimentar com algas e células, e o "Antídoto Natural Marinho", destinado a buscar estratégias em fontes marinhas contra ameaças químicas e biológicas. "O projeto mais desafiador foi adaptar meus conhecimentos técnicos da saúde para projetos ambientais, como o diagnóstico de derramamento de óleo, colaborando com outros especialistas", contou a pesquisadora.
Ela mantém sua linha de pesquisa em produtos naturais anticâncer desde sua chegada ao IEAPM, utilizando modelos pré-clínicos. Giselle planeja desenvolver em breve um projeto de Bioprospecção Oncológica, focado nos tipos de câncer mais incidentes na família naval. "Pretendo consolidar um projeto de bioprospecção oncológica ainda este ano, fortalecendo o conhecimento nesta área essencial para a família naval e a sociedade", afirma.
A transição para a pesquisa marinha trouxe desafios e exigiu multidisciplinaridade, incluindo a necessidade de adaptar conhecimentos da saúde para o diagnóstico ambiental. Ela enfatiza a vastidão das ciências do mar e os desafios da bioprospecção, que envolvem trabalho de campo, mergulho e o conhecimento ecológico e biológico dos organismos marinhos.