PM afasta policiais após morte de jovem em Alagoas
07/05/2025, 09:22:03Morte de Gabriel Lincoln em Palmeira dos Índios
Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, foi morto durante uma abordagem policial na noite do último sábado (3), em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas. Segundo relatos da Polícia Militar, o adolescente estaria pilotando uma motocicleta e teria desobedecido ordens de parada durante rondas na cidade. Os policiais afirmaram que, ao se aproximar de um bar, Gabriel teria sacado um revólver e atirado contra a guarnição, que revidou. Um único disparo feito por um dos policiais atingiu o jovem. Gabriel foi socorrido com vida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
A versão apresentada pela polícia, no entanto, foi contestada pela família do adolescente. Parentes e amigos usaram as redes sociais para pedir justiça e criticar a conduta dos agentes. Essa série de acontecimentos chocou a comunidade local e levantou questões sobre a violência policial.
Afastamento dos policiais e investigações
Após o incidente, quatro policiais militares foram afastados das ruas. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-AL). O afastamento dos policiais segue um protocolo padrão adotado pela Polícia Militar em casos que resultam em morte, permitindo que os agentes sejam alocados em funções administrativas enquanto as investigações estão em andamento.
A Polícia Militar também instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar as ações dos agentes envolvidos nesse caso. Paralelamente, a Polícia Civil formou uma comissão de três delegados para conduzir as investigações. Os delegados Sidney Tenório e Alexandre Leite, diretores de Polícia Judiciária, juntamente com João Paulo, titular da Delegacia Regional de Homicídios de Palmeira dos Índios, estão à frente das apurações.
Reação da família e da comunidade
A reação à morte de Gabriel foi intensa. Uma de suas tias, Flávia Ferreira, expressou sua indignação ao classificar a ação como “covarde” e destacou que o sobrinho era um jovem trabalhador. Ela disse: “Mais uma vida foi arrancada de forma covarde por aqueles que deveriam proteger. A polícia se esconde atrás de fardas e justificativas frias. A vida de mais um jovem trabalhador não era ameaça, mas foi tratada como alvo.” Essa declaração ressoou nas redes sociais, onde muitos exigem justiça e exigem respostas dos órgãos responsáveis pela segurança.
Contexto das investigações
As investigações estão em andamento e os policiais permanecerão afastados até que a conclusão dos inquéritos, tanto o militar quanto o civil, sejam finalizados. O caso levanta questões sobre a conduta policial e a abordagem de jovens em áreas urbanas, evidenciando uma necessidade urgente de debate sobre a reforma da polícia e práticas de abordagem.
No local do incidente, a comunidade local se mobiliza para compreender os fatos que levaram à morte de Gabriel e exige transparência nas investigações. A pressão social tem sido um elemento crucial para que o caso ganhe visibilidade e a responsabilidade seja cobrada dos envolvidos nas investigações.