Chau do Pife: ícone da música popular adaptou ritmos

Chau do Pife: ícone da música popular adaptou ritmos

Uma Vida Dedicada à Música


A primeira vez que o músico soprou um pife foi aos oito anos de idade. Na época, o menino da roça nem imaginava que um dia faria sucesso e se tornaria patrimônio vivo de Alagoas.
"Comecei aos 8 anos tangendo passarinho na roça, mexendo com um pife com quatro furos que meu pai fazia para mim. Com 12 anos e meio, eu coloquei dois pifes numa bolsa e disse: 'vou para o mundo ver de que jeito é o mundo'", lembra.

As inspirações musicais podem vir de diversos lugares e situações, mas Chau destaca a natureza e a fé como principais fontes de inspiração. Foi assim que surgiu a música "Memórias dos pássaros". "[A canção] fala sobre tempo, sobre andar no mundo", conta.
"Eu busco muito a natureza para fazer música. Só Deus e natureza para me inspirar", diz o músico. "Se sentir bem com o que faz é a melhor riqueza que a pessoa tem".

Pife: Um Instrumento Cultural


Pife é um instrumento musical semelhante a uma flauta, muito presente nas manifestações culturais de Alagoas, principalmente em grupos chamados "bandas de pífanos", que acompanham festas populares, procissões e celebrações religiosas.

Adaptações Musicais e Projetos Recentes


Hoje, aos 67 anos, Chau já adaptou a melodia do pife a vários estilos musicais, como rock, maracatu, chorinho, samba e reggae. Em seu projeto mais recente, "Chau com Jazz", o artista foca no famoso ritmo americano.
"Este é um projeto que a gente idealizou e está circulando pelo mundo. O Chau passeia por várias vertentes, não só pelo forró, como muita gente pensa", defende Gama Júnior, tocador de triângulo e produtor musical.
Além do trianguleiro, mais dois músicos acompanham Chau nos palcos: Xexéu na zabumba e Lineu Nicácio na sanfona. "É sempre um motivo de festa, celebração e conhecimento. Estar junto do mestre é aprender todo dia", conta Gama.

A Herança Alagoana


Apesar de ter feito sucesso mundo afora e das adaptações a outros estilos musicais, Chau não esquece da herança alagoana, mantendo viva a musicalidade ancestral.
"Aqui [em Alagoas] é a nossa casa. A história do pife começou em Alagoas, não posso esquecer que sou alagoano. Posso estar onde estiver, gosto de encontrar um alagoano falando linguagem matuta. Me sinto bem na minha terra".