A trajetória da bailarina alagoana nos palcos de Nova York
29/04/2025, 20:45:26Entre sonhos e pliés na dança
Com apenas 19 anos, a alagoana Júlia Torres brilha nos palcos de Nova York. Em uma entrevista exclusiva, Júlia compartilha sua experiência de vida fora do Brasil, além de sua paixão pela dança, incluindo a saudade que sente de sua terra natal e sua carreira artística.
A paixão pela dança desde cedo
Natural de Maceió, Júlia começou sua jornada na dança aos quatro anos. Desde então, não parou mais. Em busca de realizar seus sonhos, hoje reside na icônica cidade que nunca dorme, nos Estados Unidos. A trajetória de Júlia inclui não apenas o balé clássico, mas também experiencia com ginástica rítmica, jazz dance, dança moderna e contemporânea, além de diversos cursos e workshops e participação em festivais importantes.
Uma experiência enriquecedora
“A dança é uma forma de entender o mundo”, afirma Júlia, que vê sua experiência fora do Brasil como uma oportunidade de crescer pessoal e artisticamente. Ela lembrou de sua decisão de viajar: “Saí de casa faltando um mês para o fim do meu ensino médio e sem nem maioridade”.
Caminho até Nova York
Júlia também morou em outros lugares antes de chegar à Nova York, como Osasco em São Paulo, onde ficou por três meses, e Miami, onde participou de um programa de treinamento pré-profissional. Agora, é trainee da renomada companhia José Limón, uma das mais respeitadas da dança moderna. Júlia descreve sua experiência em Nova York como“uma honra gigantesca estar aprendendo essa técnica no melhor lugar do mundo para isso”.
Uma mensagem de coragem e ousadia
Além de suas realizações, Júlia reflete sobre sua trajetória e a importância de desafiar a percepção de que a arte se limita a um local específico: “Espero que, se eu puder inspirar alguém, que seja a olhar não apenas para os caminhos óbvios. A ousadia costuma cair bem”.
Festivais como impulso na carreira
A bailarina destacou também o papel dos festivais em sua carreira. Participando de eventos como o Passo de Arte e o Festival de Dança de Joinville, Júlia conseguiu visibilidade e oportunidades valiosas, inclusive para as finais mundiais do Valentina Kozlova e YAGP, a maior competição de bolsas de estudo do mundo. “Os festivais sempre foram uma oportunidade de buscar informações fora do estado, ganhar visibilidade e tentar oportunidades”, explica.
A saudade da terra natal
Júlia, que é fã da comida nordestina, menciona como a saudade a acompanha nessa nova fase da vida. “Na segunda ida à Miami, metade da minha mala de mão era de cuscuz”, conta, ressaltando também que, embora esteja cumprindo seus sonhos, sente a falta de sua família e das tradições da sua terra: “Não é fácil. Tenho aprendido a lidar com a saudade”.
A importância da família
Ela também destaca a importância de sua família em sua trajetória: “Minha família é uma parte da minha vida na qual tenho muito apego, muita conexão”. Apoiando-a de diversas formas, sua família contribui não apenas financeiramente, mas também emocionalmente, através de conversas e memórias. Júlia agradece por ter crescido em um ambiente que sempre incentivou sua paixão pela dança.
Retorno a Maceió
Júlia está animada para retornar a Maceió em maio, onde dançará na terceira edição do Festival Guerreiro de Dança e ministrará um workshop de dança contemporânea. “Subir no palco é sempre uma responsabilidade misturada com prazer. Espero que quem assistir se conecte com esse movimento de mudança e que seja um momento de muito amor”, finaliza.