Moraes solicita dados médicos de Collor e mantém sigilo
29/04/2025, 15:39:26Moraes pede informações sobre a saúde de Collor
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez um pedido nesta segunda-feira (28) para obter mais informações sobre os problemas de saúde do ex-presidente Fernando Collor.
Moraes deseja acesso ao prontuário, ao histórico médico e aos exames realizados anteriormente que comprovem que Collor apresenta doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar.
O ministro também decretou sigilo sobre os documentos, indicando que o neurologista Rogério Tuma, médico de Collor, pode ser convocado a depor para "prestar eventuais esclarecimentos".
A defesa de Collor solicita ao Supremo um benefício de prisão temporária para o ex-presidente, que foi preso na última sexta-feira (25) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A decisão sobre o caso cabe ao ministro Alexandre de Moraes, que pediu uma manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, antes de tomar uma decisão final sobre o assunto.
Os advogados argumentam que Collor é idoso (75 anos) e realiza tratamento para as três doenças mencionadas, o que inclui o uso de medicamentos controlados e consultas médicas periódicas.
"Além da idade avançada de Fernando Collor e de estar acometido de comorbidades graves [...], há que se observar a ausência de qualquer risco de reiteração delitiva, bem como a inexistência de periculosidade para a ordem pública ou econômica", afirma o advogado Marcelo Bessa em uma petição dirigida ao Supremo.
A defesa acrescentou ainda um atestado assinado pelo médico Rogério Tuma, que descreve a condição de saúde do ex-presidente. Segundo o documento, a doença de Parkinson está "bem controlada", mas "pode se agravar sem o uso adequado da medicação restrita e do CPAP (aparelho que aumenta a pressão de ar no sistema respiratório)".
"Quanto ao transtorno bipolar, episódios de estresse, interrupção de medicação, privação ou inadequação do ciclo de sono e vigília, assim como ambientes hostis ameaçam a integridade psíquica do paciente e podem desencadear episódios de ansiedade generalizada e depressão", conclui o médico.