Moraes revoga domiciliar de búlgaro após decisão da Espanha
24/04/2025, 15:34:28Decisão sobre Vasil Georgiev Vasilev
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tomou uma decisão importante ao revogar a prisão domiciliar concedida a Vasil Georgiev Vasilev, um búlgaro que estava preso no Brasil. Essa revogação se deu a pedido do governo da Espanha, que havia solicitado a extradição do acusado.
Segundo Moraes, a decisão foi motivada pela falta de um endereço fixo do extraditando no Brasil. No dia 15 de abril, o ministro já havia suspendido a prisão preventiva de Vasilev e o processo de extradição, em resposta à negativa da Espanha em extraditar o influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que enfrenta dois mandados de prisão emitidos pelo STF, sendo acusado de crimes contra a democracia e corrupção de menores.
Justificativa da Decisão
Na ocasião, Moraes afirmou que o governo espanhol havia desrespeitado o requisito da reciprocidade. Em 18 de abril, o ministro revisou sua decisão anterior, mas manteve a ordem ao governo da Espanha para que fornecesse explicações sobre a violação desse princípio. Ele argumentou que a ausência de um endereço fixo impossibilita a efetivação da prisão domiciliar. Além disso, isso levanta preocupações sobre uma possível fuga do extraditando.
Prisão e Processo de Extradição
Vasil Georgiev Vasilev permanece detido na unidade prisional Ricardo Brandão, em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. A determinação do STF é que ele fique na prisão até que as informações requisitadas do governo da Espanha sejam apresentadas. Moraes estabeleceu um prazo de cinco dias para que a embaixada espanhola no Brasil forneça provas do cumprimento do requisito de reciprocidade relacionado ao caso de Eustáquio.
O búlgaro foi preso em 18 de fevereiro, e está sob acusação de tráfico de drogas na Espanha. Em 7 de abril, Moraes abriu um prazo para a defesa apresentar suas argumentações, e no despacho emitido no dia 15, decidiu conceder a prisão domiciliar ao búlgaro, apesar das contrariedades que surgiram a partir da decisão da Justiça espanhola em rejeitar a extradição de Eustáquio.
Consequências e Implicações
A decisão de Moraes gerou reações no governo brasileiro, que está avaliando uma forma de recorrer da negativa de extradição por parte da Espanha. Existe uma análise sobre como mostrar que o papel de Oswaldo Eustáquio vai além de ser apenas um crítico da gestão Lula, ressaltando supostas ações dele que ameaçam a democracia.
As autoridades brasileiras querem demonstrar ao governo espanhol as implicações das atividades de Eustáquio, além da pressão que ele supostamente exerceu sobre delegados da Polícia Federal envolvidos na investigação de atos considerados golpistas. Estas situações envolvem uma complexidade de relações diplomáticas e judiciais que podem ter repercussões significativas nos próximos passos em relação a esses casos.