Defesa aguarda laudo psiquiátrico de mãe que matou bebê

Defesa aguarda laudo psiquiátrico de mãe que matou bebê

Entenda o caso de Eduarda de Oliveira

A defesa de Eduarda de Oliveira, mãe que confessou ter matado a filha recém-nascida, aguarda laudos que comprovem seu estado depressivo no pós-parto. Atualmente, Eduarda está presa preventivamente por ocultação de cadáver, em uma ala especial do Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió. Ela confessou ter asfixiado a filha com uma almofada, mas a causa da morte ainda precisa ser confirmada por uma necropsia.

Situação Legal e Expectativas da Defesa

A defesa de Eduarda aguarda resultados de um laudo psiquiátrico que visa comprovar que a mulher enfrentou depressão pós-parto. Ana Beatriz, sua filha de apenas 15 dias, foi encontrada morta em um armário no quintal da casa. Inicialmente, o crime foi tratado como sequestro. No entanto, depois da confissão de Eduarda, a situação mudou drasticamente. O advogado José Welinton mencionou em entrevista que a expectativa é de que Eduarda seja indiciada por infanticídio, uma acusação menos grave do que homicídio. A pena para infanticídio varia de 2 a 6 anos, enquanto homicídio pode resultar em 6 a 20 anos de prisão.

Acompanhamento Psicológico da Acusada

Segundo a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), Eduarda está recebendo atendimento de uma equipe multidisciplinar e acompanhamento adequado devido ao puerpério. Mantida em uma ala do presídio, ela tem o suporte de um médico psiquiatra. O advogado relatou que, nas visitas, notou que ela mostra sinais de arrependimento e está sendo medicada para a depressão.

A Revisão das Versões e a Repercussão do Caso

Eduarda confessou ter asfixiado Ana Beatriz, mas a causa da morte continua a ser investigada. O caso teve uma ampla repercussão na mídia nacional, especialmente quando Eduarda, em um primeiro momento, afirmou que sua filha havia sido sequestrada. A verdade se revelou quando o corpo da criança foi encontrado. Durante as investigações, a mãe alterou sua versão ao menos cinco vezes.

Importância do Diagnóstico da Depressão Pós-Parto

Sintomas da depressão pós-parto têm sido amplamente discutidos por especialistas. Em entrevista, a médica Lilian Lang explicou que muitos mães enfrentam um transtorno emocional conhecido como "baby blues" logo após o parto. Essa condição pode durar algumas semanas e é caracterizada por choro, insônia e perda de interesse em cuidar do bebê. Entretanto, a depressão pós-parto apresenta sintomas mais intensos e prolongados, podendo afetar a relação da mãe com a criança e o desenvolvimento psicomotor do bebê.

Acompanhamento cuidadoso por parte de familiares e médicos é essencial, pois cerca de 20% das mães podem evoluir para a depressão pós-parto, que exige diagnóstico e tratamento adequados para preservar os laços familiares.