Gaza registra 24 mortes em bombardeios israelenses após rejeição do Hamas
19/04/2025, 05:40:43Mortes em Gaza após bombardeios israelenses
A Defesa Civil da Faixa de Gaza relatou 24 mortes nesta sexta-feira (18), incluindo 10 membros de uma mesma família, em bombardeios israelenses lançados depois que o Hamas rejeitou a mais recente proposta de trégua de Israel.
A resposta do Hamas
O negociador-chefe do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou na quinta-feira que o movimento islamista não aceitará um acordo de trégua "parcial" proposto por Israel e destacou que busca um pacto abrangente. O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, comentou que os socorristas encontraram "os corpos de 10 mártires e vários feridos na casa da família Baraka e em casas vizinhas" após os bombardeios israelenses em Khan Yunis, no sul de Gaza. Além dessas mortes, outras 14 pessoas faleceram em bombardeios em diferentes pontos do estreito território palestino.
Intensificação dos bombardeios
O Exército israelense aumentou seus bombardeios e expandiu as operações terrestres ao longo da faixa costeira, tendo rompido, em meados de março, uma trégua de quase dois meses com o Hamas. Uma fonte do grupo islamista informou à AFP que o movimento enviou, na quinta-feira, uma resposta aos mediadores sobre uma proposta israelense de cessar-fogo de 45 dias, que incluía a libertação de dez reféns vivos como parte deste acordo. No entanto, um funcionário do Hamas declarou que o plano também previa o desarmamento do grupo, o que é considerado uma "linha vermelha inegociável".
Crise humanitária em Gaza
Desde que Israel reiniciou sua ofensiva, pelo menos 1.691 pessoas morreram em Gaza, elevando o número total de mortos nessa região a 51.065, conforme dados das autoridades de Gaza, considerados confiáveis pela ONU. O conflito teve início após um ataque surpresa do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em 1.218 mortos, a maioria civis, segundo contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Perguntas sobre o cerco
O negociador-chefe do Hamas também pediu maior pressão internacional para acabar com o cerco total que Israel impõe a Gaza desde 2 de março, o que, segundo a ONU, agravou a escassez de medicamentos e suprimentos para os aproximadamente 2,4 milhões de habitantes da região. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertou que Gaza enfrenta sua pior crise humanitária desde o início do conflito. De acordo com os relatos, Gaza não recebe suprimentos há um mês e meio. "Não há comida", afirmou Abdel Halim Qanan, um pescador que também relatou que sua família se viu obrigada a comer carne de tartaruga como alternativa a outras fontes de proteína.
Envolvimento de Israel
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que seu país continuará bloqueando a entrada de ajuda para pressionar o Hamas. O Exército israelense estabeleceu três corredores militarizados em Gaza, que dividem o território e forçam milhares de palestinos a deixar suas casas. Cálculos da AFP, baseados em mapas publicados pelos militares, indicam que a área total sob controle israelense já chega a mais de 185 quilômetros quadrados, equivalendo a cerca de 50% do território.