Polícia Federal realiza operação contra fake news nas eleições
17/04/2025, 12:34:37Operação Teatro Invisível e as Fake News
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (15) a segunda fase da Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar cerca de R$ 3,5 bilhões dos cofres públicos. A ação ocorre nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A primeira fase da operação, realizada em setembro do ano passado, resultou na prisão de quatro pessoas suspeitas de divulgar "fake news", segundo a PF, de maneira "analógica".
A Tática do Grupo
Esse grupo tinha a estratégia de contratar pessoas para se infiltrar em locais com aglomerações, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, disseminando aos eleitores falsas alegações sobre determinados postulantes ao cargo de prefeito, conforme relato da corporação.
Pessoas eram contratadas, sendo pagas R$ 2.000 para realizarem essa função, promovendo a desinformação entre os eleitores.
Desdobramentos e Ações da PF
A nova fase da operação se baseia em documentos e provas obtidas anteriormente. De acordo com fontes da PF, os investigados tentaram destruir arquivos digitais que poderiam incriminá-los.
Nesta quarta-feira (16), foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de valores em contas dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas vinculadas ao grupo.
Esquemas Ilegais e Novas Candidaturas
Em nota, a Polícia Federal destacou que "o esquema incluía transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com ampla atividade econômica e a aquisição de bens de alto valor".
Há evidências sugerindo que os recursos não declarados à Justiça Eleitoral poderiam ser usados para financiar candidaturas nas eleições municipais de 2024. Parte dos investigados possui empresas envolvidas em fraudes que possivelmente comprometeram concorrências em licitações em quatro municípios do Rio, especificamente Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti.
A PF continua a investigação para identificar outros possíveis envolvidos, e se condenados, os investigados podem enfrentar penas de até 27 anos de prisão.