A Tarifação de Donald Trump: Nacionalismo Econômico em Marcha
16/04/2025, 20:37:58Depois de leituras desde o início do conflito das tarifas que juntando conclusões e de vários jornalistas entendemos que Donald Trump faz um jogo perigoso e inconsequente. Mas essa é a sua marca.
Durante sua presidência (2017–2021), Donald Trump colocou a política tarifária no centro de sua agenda econômica. Rompendo com o consenso neoliberal das últimas décadas, ele adotou uma abordagem protecionista sob o lema "America First", reacendendo debates sobre globalização, soberania econômica e guerra comercial.
O Que São Tarifas?
Tarifas são impostos aplicados sobre produtos importados. O objetivo pode variar: proteger indústrias locais, gerar receita para o governo ou pressionar países estrangeiros em negociações comerciais. Trump utilizou essas três justificativas ao implementar sua política tarifária.
A Guerra Comercial com a China
O episódio mais notório foi a guerra comercial com a China. A partir de 2018, os EUA impuseram tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, alegando práticas comerciais desleais, como roubo de propriedade intelectual e subsídios ilegais. A China retaliou com suas próprias tarifas sobre produtos americanos, afetando agricultores, industriais e consumidores dos dois lados.
Tarifas Além da China
A política de Trump não mirou apenas Pequim. Ele também impôs tarifas sobre aço e alumínio vindos da União Europeia, Canadá, México e outros parceiros históricos. O argumento era a segurança nacional — algo que muitos viram como pretexto para proteger indústrias em declínio nos EUA.
Motivações Políticas e Econômicas
Para Trump, as tarifas não eram só questão econômica, mas política. Ele buscava se conectar com a classe trabalhadora industrial, especialmente em estados-chave como Michigan, Ohio e Pensilvânia, onde empregos foram duramente afetados pela terceirização e pelo livre comércio nas décadas anteriores.
Ele prometeu trazer fábricas de volta e punir países que, em sua visão, "exploravam" os EUA. A tarifação foi o instrumento para sinalizar essa virada nacionalista.
Impactos e Controvérsias
A política de Trump gerou efeitos mistos:
Indústria: Algumas empresas nacionais se beneficiaram temporariamente da redução da concorrência estrangeira.
Agricultura: Muitos agricultores sofreram com retaliações de países afetados pelas tarifas.
Consumidores: Produtos importados ficaram mais caros, elevando custos para famílias e empresas.
Crescimento: A guerra comercial adicionou incertezas ao mercado global, afetando investimentos.
Estudos indicam que, no geral, as tarifas aumentaram os custos para os americanos sem trazer uma revitalização industrial significativa.
O Legado da Tarifação Trumpista
Mesmo com críticas de economistas e líderes globais, o legado tarifário de Trump sobrevive. O presidente Joe Biden manteve várias das tarifas impostas por seu antecessor, sinalizando que a disputa econômica com a China não era apenas uma questão trumpista, mas parte de uma mudança mais ampla na postura dos EUA frente à globalização.