Consumo de vinho global atinge menor nível desde 1961
16/04/2025, 05:50:13Queda no Consumo de Vinho Global
O consumo mundial de vinho voltou a cair em 2024, registrando o menor nível desde 1961. Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), as compras de vinho diminuíram em 3,3% em relação a 2023, totalizando 214,2 milhões de hectolitros (mhl). O relatório annual da OIV indica que, se essa estimativa se confirmar, "seria o volume mais baixo desde 1961 (213,6 mhl)".
A queda é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a redução da demanda em mercados-chave e o aumento dos preços, que foram impulsionados pela baixa produção e pela inflação. Em média, os consumidores pagam 30% a mais pelo vinho do que em 2019-20, refletindo um aumento geral no custo de vida. O consumo de vinho vem em declínio desde 2018, com uma diminuição de 12%, mesmo após uma breve recuperação em 2021, especialmente no mercado chinês.
Causas da Queda no Consumo
A OIV explicou que, além das interferências econômicas e geopolíticas de curto prazo, é fundamental analisar os fatores estruturais de longo prazo que contribuem para esse declínio, como novas preferências de consumo e estilos de vida. Segundo o varejista de vinhos francês Nicolas, "há um declínio geracional: agora as pessoas só bebem em ocasiões festivas, e os jovens bebem menos do que seus pais".
Na Europa, que representa 48% das vendas, o consumo caiu 2,8% em 2024. Entretanto, países como Espanha e Portugal se destacam com um aumento modesto no consumo.
Impactos na Produção de Vinho
Em 2024, a produção de vinho atingiu seu menor nível em mais de 60 anos, totalizando 225,8 mhl, uma queda de 4,8%. O clima adverso, incluindo chuvas em excesso em algumas regiões e secas em outras, causou estragos nas colheitas. A Europa, que responde por 61% da produção global, teve uma colheita fraca, sendo a Itália o maior produtor mundial, seguida pela França, que registrou uma queda de 23% em sua produção, alcançando o menor nível desde 1957.
No Hemisfério Sul, as dificuldades também foram notórias, com a Argentina, maior produtor da região, apresentando uma leve recuperação, mas ainda 3,9% abaixo da média dos últimos cinco anos. Por outro lado, o Brasil enfrentou um declínio significativo de 41% na produção, que se situou em apenas 2,1 mhl, consequência de fatores climáticos e doenças que afetaram as vinhas.
Exportações e Comércio Internacional
A queda na produção e o aumento dos preços impactaram o comércio internacional. Em 2024, foram exportados 99,8 mhl, mantendo-se estável em relação a 2023, mas 5% abaixo da média dos últimos cinco anos. O valor total das exportações, no entanto, foi elevado, alcançando € 35,9 bilhões (R$ 238 bilhões) devido a um preço médio de € 3,60 (R$ 24) por litro, mesmo patamar recorde de 2023.
O Chile, como quarto maior exportador mundial, destacou-se com um aumento de 14,4% no volume exportado, totalizando 7,8 mhl, e gerando um valor de exportações de € 1,5 bilhão (R$ 10 bilhões), um crescimento de 6,1% em relação ao ano anterior.
Reflexões Finais
A Organização Internacional da Vinha e do Vinho ressalta que, embora a situação atual apresente desafios significativos, é crucial observar como o mercado se adapta a essas mudanças. O consumo de vinho, suas preferências e as condições de produção estão em constante evolução, e entender essas dinâmicas é essencial para o futuro do setor.
Se você é amante do vinho ou interessado nas tendências do mercado, mantenha-se informado e acompanhe as novidades! O futuro do vinho está sendo moldado agora.