Bombardeio em Sumy na Ucrânia deixa 31 mortos
13/04/2025, 15:40:07Bombardeio em Sumy: um ataque devastador
Um bombardeio russo com mísseis matou mais de 30 pessoas, incluindo duas crianças, no centro de Sumy, uma cidade no nordeste da Ucrânia, em pleno Domingo de Ramos. O ataque, realizado com mísseis balísticos, é o mais mortal em meses na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. O incidente ocorreu dois dias após a visita de um enviado dos Estados Unidos à Rússia, um sinal da crescente tensão entre os países desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
"A Rússia atingiu o centro da cidade com mísseis balísticos. Justamente quando havia muita gente nas ruas", relataram os socorristas nas redes sociais. O último balanço, divulgado às 13h40 (07h40 no horário de Brasília) pelos serviços de emergência ucranianos, contabilizou 31 mortos, entre os quais estavam duas crianças. Outras 84 pessoas ficaram feridas, das quais 10 eram crianças. Muitos feridos estavam "na rua, em veículos, transporte público e em casas", informaram os serviços de emergência.
As autoridades locais em Sumy, que fica na fronteira com a Rússia, publicaram imagens comoventes de corpos caídos nas ruas e de pessoas correndo para se abrigar do bombardeio. Também foram divulgadas fotos de veículos em chamas e civis feridos. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou sua indignação e afirmou: "Só uns canalhas conseguem fazer isso", ao comentar sobre o ataque em um dia em que as pessoas tradicionalmente vão à igreja, como o Domingo de Ramos. Ele pediu uma "resposta firme" da Europa e dos Estados Unidos.
Zelensky declarou que, "sem uma pressão realmente forte, sem apoio adequado à Ucrânia, a Rússia continuará travando esta guerra", acusando seu homólogo russo, Vladimir Putin, de ter "ignorado a proposta americana de um cessar-fogo total e incondicional". Esta escalada de violência é alarmante e coloca em evidência a crescente urgência de um posicionamento internacional mais robusto.
O ataque em Sumy ocorreu apenas dois dias após uma reunião em São Petersburgo entre o enviado dos EUA, Steve Witkoff, e Putin. A Rússia tem intensificado seus ataques à Ucrânia nas últimas semanas, mesmo diante da pressão de Trump para acabar com o conflito. "Conversar nunca impediu mísseis balísticos e bombas", afirmou Zelensky, ressaltando a gravidade da situação atual.
Em um ataque anterior, a Rússia havia deixado 18 mortos no início de abril em Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, onde nove crianças perderam a vida, chocando todo o país. Sumy, localizada perto da fronteira russa, enfrenta uma onda crescente de ataques, especialmente desde que as tropas ucranianas foram repelidas da região russa de Kursk.
Até o momento, Sumy havia conseguido evitar a intensidade dos combates que marcaram a região de Donetsk. No entanto, Kiev tem alertado há semanas que Moscou poderia lançar uma nova ofensiva. A Rússia reivindicou, recentemente, o controle de um povoado na região de Donetsk, um avanço significativo em uma área do nordeste da Ucrânia de onde suas tropas foram forçadas a se retirar na primavera de 2022.
O comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandr Sirsky, revelou na quarta-feira que os russos iniciaram ofensivas "há alguns dias" nas regiões de Sumy e Kharkiv, também no nordeste, com o objetivo de criar "zonas-tampão" para impedir novas incursões ucranianas.