Operação Toque de Midaz combate cartel de anestesistas

Operação Toque de Midaz combate cartel de anestesistas

Operação Toque de Midaz e o combate ao cartel

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram uma operação na manhã desta quinta-feira (10) que visa combater um cartel de anestesistas. Através de uma cooperativa médica, o grupo estaria adotando práticas anticompetitivas e ilícitas. Batizada de "Toque de Midaz", a operação aponta que o cartel utilizou medidas coercitivas para controlar o mercado de serviços de anestesiologia e pressionar profissionais que não seguiam suas diretrizes.

Práticas coercitivas e intimidações

As investigações indicam ainda ameaças de descredenciamento, exclusão da cooperativa e outras formas de intimidação contra médicos anestesistas. Suspeita-se que esse grupo organizado atue há anos no setor. A ação foi realizada por intermédio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACO/DECOR).

Características do cartel investigado

Os investigadores apuraram que os suspeitos integram um grupo criminoso estruturado e estável, em formato de cartel, que vem operando por anos no setor de serviços médicos anestesiológicos do Distrito Federal. Entre as práticas ilegais identificadas, a polícia destacou o controle exclusivo de grupos profissionais em hospitais estratégicos do DF, impedindo a entrada de novos anestesiologistas e restringindo a concorrência.

Também foi constatada a exclusividade na negociação de tabelas de honorários com operadoras de planos de saúde, eliminando a livre concorrência e impondo valores abusivos. O grupo também restringia o trabalho de médicos autônomos, que sofriam ameaças físicas e psicológicas por optarem por uma atuação independente.

Consequências e penalizações

“Em meio a esta conduta, foi identificada, supostamente, a formação de cartel, impactando diretamente a concorrência, os consumidores e a qualidade dos serviços médicos, tanto no setor privado quanto na rede pública”, afirma a nota da PCDF.

Nessa etapa da operação, os agentes cumprem sete mandados de Busca e Apreensão contra os principais membros da Cooperativa e médicos investigados na prática. Os envolvidos teriam praticado constrangimento ilegal contra outros profissionais que não se alinharam às condutas do grupo. Os desdobramentos das investigações contaram com o apoio da Divisão de Inteligência Policial (DIPO/PCDF).

Possíveis consequências legais

Os alvos poderão responder pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro. A Operação foi batizada de "Toque de Midaz" em referência ao personagem da mitologia grega "Midas", conhecido por sua ambição e ganância, e ao medicamento Midazolam, utilizado para sedação em procedimentos de anestesia, o que explica o "Midaz" escrito com a letra "Z" no final.