Novas tarifas de Trump impactam mercados globais hoje

Novas tarifas de Trump impactam mercados globais hoje

Impacto das Novas Tarifas

As novas tarifas dos Estados Unidos contra quase 60 países, incluindo uma sobretaxa de 104% aos produtos da China, entraram em vigor nesta quarta-feira (9) e provocaram o temor de um novo dia de queda expressiva nas Bolsas. As tarifas entraram em vigor às 0h00 de Washington (1h00 de Brasília) e afetam, entre outros, os 27 membros da União Europeia (UE), neste caso, com uma taxa de 20%. Para a China, o principal rival econômico dos Estados Unidos, a Casa Branca anunciou novas tarifas que, somadas às já existentes, totalizam 104%, medida que o país asiático declarou que combaterá \"até o fim\".

Reação da China

\"Vamos continuar adotando medidas firmes e contundentes para salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos\", reiterou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian. De modo paralelo, Pequim não descarta negociar com os Estados Unidos \"por meio do diálogo em pé de igualdade e com uma cooperação mutuamente benéfica\", segundo um documento oficial publicado pela imprensa chinesa.

Queda das Bolsas

Após uma leve recuperação na terça-feira, as Bolsas voltaram a despencar nesta quarta-feira diante do temor das consequências da guerra comercial para o consumo e o crescimento econômico. No Japão, o índice Nikkei encerrou o dia em queda de 3,93%, enquanto o iene, moeda japonesa considerada um valor refúgio, registrou valorização de 0,7% em relação ao dólar. Outros mercados da Ásia também fecharam em queda livre, como Taipé (-5,8%) e Seul (-1,73%). Na Europa, as Bolsas iniciaram a quarta-feira em queda expressiva. Nos primeiros minutos de operações, Paris perdia 2,84%, Frankfurt 2,37%, Londres 2,31%, Madri 2,79% e Milão 2,78%.

Petróleo e Reações do Mercado

Em uma demonstração do pânico nos mercados internacionais, o petróleo registra as menores cotações em quatro anos, cerca de 60 dólares o barril. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que tem 10 membros, incluindo o Vietnã, afetado por uma tarifa de 46%, pediu nesta quarta-feira que os países \"atuem com coragem\" para responder ao risco de uma guerra comercial.

Abrindo Canais de Negociação

Diante do pânico, Washington afirma estar aberto a negociações e Trump declarou que está disposto a alcançar acordos \"sob medida\" com os países afetados pelas tarifas. Durante um jantar com representantes do Partido Republicano, o presidente celebrou que dezenas de países - incluindo a China, segundo ele - \"estejam fazendo todo o possível\" para buscar um acordo.

Ação da União Europeia

Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu ações para \"evitar uma escalada\" durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. Segundo um porta-voz europeu, o bloco poderia apresentar sua resposta \"no início da próxima semana\". A UE estuda aplicar tarifas de 25% a uma série de produtos americanos. O bloco decidiu, no entanto, excluir o bourbon para evitar represálias contra os vinhos e licores europeus, segundo uma lista à qual a AFP teve acesso.

Preocupações Econômicas

\"O objetivo é chegar a uma situação na qual o presidente Trump reverta sua decisão\", afirmou na terça-feira o presidente francês Emmanuel Macron. Analistas e economistas temem que a guerra comercial iniciada por Trump prejudique a economia mundial, com riscos de inflação, desemprego e queda no crescimento. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar \"particularmente preocupado com os países em desenvolvimento mais vulneráveis\", onde os impactos serão \"mais devastadores\".