Inspeção revela rachaduras preocupantes na Semed, Maceió

Inspeção revela preocupações sobre afundamento em Maceió

A recente inspeção realizada pela Defensoria Pública de Alagoas trouxe à tona uma situação alarmante: rachaduras significativas foram identificadas na sede da Secretaria Municipal de Educação (Semed), localizada na Cambona. O prédio se encontra na borda de áreas que estão em risco de afundamento devido à mineração da Braskem.

A Defensoria Pública protocolou uma ação civil pública na justiça, exigindo que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) atualize os estudos sobre as consequências da mineração na região. O vídeo da vistoria, divulgado nesta quarta-feira (9), mostra trincas e afundamentos visíveis tanto no piso quanto nas paredes do prédio.

"Retomamos as inspeções. Fomos alertados por cidadãos com medo, pedindo socorro, para visitar a Secretaria Municipal de Educação - Semed, localizada na Cambona/Bom Parto, a poucos metros da área 00, marco do colapso provocado pela mineração desastrosa da Braskem", afirmou o defensor público Ricardo Melro.

A Defesa Civil de Maceió, em resposta à situação, informou que está monitorando a área e que o imóvel da Semed está dentro de uma zona de monitoramento, embora isso não implique em necessidade de realocação neste momento. O órgão afirmou que continua utilizando equipamentos para medir em milímetros a movimentação do solo, além de realizar visitas periódicas ao local.

A ação civil pública também é um esforço conjunto da Defensoria Pública com a Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB). Eles buscam forçar a atualização dos estudos sobre as consequências da mineração na cidade. Em maio de 2019, o CPRM confirmou que a extração de sal-gema realizada pela mineradora gerou instabilidade no solo de Maceió.

Impactos da mineração em Maceió

As consequências da mineração na região têm sido devastadoras. Grandes rachaduras começaram a aparecer no bairro do Pinheiro em fevereiro de 2018. Um tremor de magnitude 2,5 ocorrido em março do mesmo ano intensificou esses danos, afetando outros bairros e resultando na evacuação de cerca de 60 mil pessoas.

Em dezembro de 2023, um grave incidente ocorreu quando parte de uma das 35 minas da Braskem se rompeu sob a Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. De acordo com a Defesa Civil, a cavidade criada foi preenchida com rocha e água da lagoa, o que ajudou a estabilizar a área, mas a preocupação com a segurança e a integridade estrutural de imóveis na região permanece.

À medida que novos dados emergem, é crucial que a comunidade permaneça atenta às avaliações e recomendações dos especialistas. Para os moradores afetados e interessados na segurança das infraestruturas, cobra-se uma resposta rápida e eficaz das autoridades.

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