Trump inicia negociações diretas com o Irã sobre nuclear

Trump inicia negociações diretas com o Irã sobre nuclear

Trump dá início a conversações diretas


O presidente americano, Donald Trump, durante uma reunião com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca, em 7 de abril de 2025, revelou que os Estados Unidos iniciaram conversações diretas com o Irã sobre seu programa nuclear. No entanto, Teerã classificou estas negociações como "indiretas", antes do primeiro encontro entre representantes dos dois países, programado para o próximo sábado em Omã.

O anúncio surpreendeu a muitos e ocorreu durante uma significativa reunião entre Trump e Netanyahu. O presidente americano expressou suas esperanças de chegar a um acordo com o Irã, mas ao mesmo tempo, lançou um alerta de que a República Islâmica enfrentaria um "grande perigo" se as negociações falhassem. "Temos uma reunião muito importante no sábado e trataremos com eles diretamente", afirmou Trump, acrescentando que espera um resultado favorável: "Talvez se chegue a um acordo, isso seria fantástico".

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, confirmou o encontro de sábado em Omã, porém enfatizou que as discussões seriam "indiretas". A agência Tasnim informou que Araqchi e o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, estarão presentes na reunião. O chanceler iraniano qualificou a oportunidade como um teste e reforçou que "a bola está no campo dos Estados Unidos".

Em 2015, foi firmado um acordo nuclear entre o Irã e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além da Alemanha, visando supervisionar as atividades nucleares iranianas. Em troca, foi prometida uma flexibilização das sanções. Contudo, em 2018, Trump retirou os EUA do acordo e reinstaurou sanções, levando o Irã a acelerar seu programa nuclear.

As potências ocidentais, lideradas por Washington, há muito acusam o Irã de trabalhar para desenvolver armas nucleares. O Irã, por sua vez, nega tal acusação e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. O anúncio de Trump ocorre mesmo após a recusa do chanceler iraniano em aceitar negociações diretas sobre um novo acordo nuclear: "Não faria sentido negociações diretas com uma parte que constantemente ameaça usar a força...", expressou Araqchi.

Trump, por sua parte, assegurou que um novo acordo seria "diferente e, talvez, muito mais sólido". O Irã pretende consultar seus aliados, Rússia e China, sobre a questão. Netanyahu, que adota uma postura firme contra o Irã, declarou que o objetivo é garantir que o Irã nunca obtenha uma arma nuclear e informou que busca negociações que simplifiquem o desmantelamento completo das instalações nucleares iranianas.

Recentemente, Trump enviou uma carta aos líderes iranianos, solicitando negociações sobre o programa nuclear enquanto, ao mesmo tempo, ameaçou bombardear o país caso a diplomacia não funcione, além de impor novas sanções ao setor petrolífero iraniano.

Em resposta a essa situação, o conselheiro do líder supremo do Irã, Ali Larijani, advertiu que se atacados, os iranianos não terão alternativa senão buscar armas nucleares. Vale lembrar que Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, logo após a Revolução Islâmica, e a comunicação entre os dois países ocorre de maneira indireta, mediada pela Suíça. Omã e Catar também têm desempenhado papéis significativos como mediadores nas tensões entre as nações.