Março de 2025 é o segundo mês mais quente registrado

Março de 2025 é o segundo mês mais quente registrado

Março de 2025: Um Recorde Climático

Março de 2025 marcou um momento alarmante na história climática, consolidando-se como o segundo mês mais quente já registrado. O boletim mensal do Observatório Europeu Copernicus, divulgado nesta terça-feira (8), revela que as temperaturas superaram em 1,60 °C a média do período pré-industrial (1850–1900), que é de 1,5 °C. O recorde permanece com 2024, que apresentou 1,68 °C acima da média. Com isso, março de 2025 ficou apenas 0,08 °C mais frio que o recorde anterior e ligeiramente mais quente que março de 2016.

Segundo o Copernicus, os relatórios deste ano confirmam uma sequência mensal de altas temperaturas registradas desde julho de 2023. Os episódios climáticos de 2024 e 2016 ocorreram durante um fenômeno El Niño intenso, que caracteriza o aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Curiosamente, 2025 está sob a influência do La Niña, que se refere a um resfriamento das águas do mesmo oceano.

Temperaturas Extremas na Europa

Embora a leve diminuição nas temperaturas médias globais possa parecer um consolo, a situação ainda é grave. O relatório do Copernicus destaca que a Europa teve o mês de março mais quente de sua história, evidenciado por chuvas intensas em locais como Espanha e Portugal. Em contraste, áreas como a Holanda e a Alemanha enfrentaram secas históricas. "Março de 2025 foi o março mais quente já registrado na Europa, ressaltando como as temperaturas continuam a quebrar recordes. O mês também foi marcado por extremos contrastantes de precipitação no continente: enquanto algumas regiões enfrentaram o março mais seco já registrado, outras tiveram o mais chuvoso dos últimos 47 anos, no mínimo", comentou Samantha Burgess, responsável estratégica para o clima no ECMWF (Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo).

Cercando o continente europeu, locais como o Ártico também apresentaram temperaturas acima da média, destacando regiões como o Arquiélago Canadense e a Baía de Baffin. As anomalias climáticas foram notadas também em partes dos Estados Unidos, México, algumas áreas da Ásia e Austrália. Inversamente, as temperaturas caíram abaixo da média em áreas do norte do Canadá, perto da Baía de Hudson, e na região leste da Rússia, próxima à Península de Kamchatka.

Oceanos e Anomalias Climáticas

Os oceanos, por sua vez, registraram máximas de 20,96 °C em março, superando os índices de fevereiro (20,88 °C) e ficando apenas 0,12 °C abaixo do recorde histórico de março de 2024. As temperaturas do mar não registraram aumento nas áreas vizinhas aos polos. Samantha Burgess classifica essa situação como "incrivelmente incomum". As temperaturas oceânicas permaneceram elevadas nas diversas regiões, com o Mar Mediterrâneo e o nordeste do Atlântico Norte apresentando anomalias térmicas mais amplas em comparação com fevereiro.