Manifestantes se reúnem na Paulista e Bolsonaro com governadores
07/04/2025, 05:42:29Movimentação na Avenida Paulista
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Convocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestantes se reúnem na avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (6), para pressionar por anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Por volta das 12h, os apoiadores do ex-presidente já estavam reunidos em um trecho próximo ao Masp. O ato vai ocorrer entre 14h e 17h. Uma foto do ex-presidente com sete governadores que participarão do protesto foi divulgada antes da manifestação neste domingo.
Governadores presentes
Os governadores presentes são: Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais, Ratinho Jr. (PSD) do Paraná, Ronaldo Caiado (União) de Goiás, Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina, Mauro Mendes (União Brasil) de Mato Grosso, e Wilson Lima (União) do Amazonas. Os quatro primeiros estão cotados como presidenciáveis em 2026 devido ao vácuo deixado pela inelegibilidade de Bolsonaro.
Cláudio Castro (PL) do Rio de Janeiro, que teve a presença anunciada, não comparecerá.
A organização do protesto
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, afirmou à Folha que será a maior manifestação desde o impeachment de Dilma Rousseff. "Serão mais de cem políticos, entre governadores, deputados e outros. Vai ser muito quente o recado hoje", afirmou.
Ele enfatizou que em seu discurso, mirará no ministro Alexandre de Moraes, do STF, e no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que resiste em pautar a anistia. "Vou pra cima deles", afirmou.
Pesquisa de opinião
Uma pesquisa da Genial/Quaest divulgada neste domingo aponta que a maioria dos brasileiros rejeita a anistia aos acusados do 8 de janeiro. Segundo o levantamento, 56% acham que os envolvidos devem continuar presos, enquanto 34% defendem que eles sejam soltos.
Além disso, a pesquisa revelou que 49% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente participou do planejamento de um golpe de Estado, enquanto 35% rejeitam essa hipótese. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Atraindo o público
Antes do ato, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) buscou atrair mulheres à manifestação pedindo que todas comparecessem com batons. O apelo foi uma referência à cabeleireira condenada a 14 anos de prisão por pichar com batom uma estátua em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Preparativos e expectativas
Um trio elétrico principal foi reservado ao ex-presidente e seu núcleo mais próximo, incluindo os governadores, enquanto outro abriga parlamentares e aliados. Receosos com a chuva prevista, os organizadores prepararam tendas para proteger as autoridades e solicitaram que os discursos tivessem no máximo três minutos.
A deputada federal Priscila Costa (PL-CE) foi encarregada de iniciar os discursos com uma oração. Os organizadores esperam que o ato em São Paulo seja maior do que o de Rio de Janeiro em 16 de março, quando estimativas de 1 milhão de participantes não se concretizaram - o Datafolha contabilizou apenas 30 mil pessoas no local. Até o momento, ainda não há estimativa de público para o ato.