Moraes revela risco iminente e Gonet critica Bolsonaro
26/03/2025, 05:41:13Introdução ao Relatório de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes apresentou na terça-feira (25) seu relatório sobre a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete implicados em um suposto esquema golpista de 2022. Moraes enfatizou que a situação atual representa um "risco iminente" aos Poderes da República.
A Manifestação de Paulo Gonet
Após a leitura do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, expressou que Bolsonaro intensificou seus discursos sobre a ruptura da normalidade democrática no final de seu mandato, adotando medidas para se manter na Presidência da República.
O Julgamento pelo STF
Esses acontecimentos fazem parte da fase inicial do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi acompanhada de perto pelo próprio Bolsonaro. Cabe ao ministro-relator informar de maneira clara os aspectos da denúncia e as contrarrazões apresentadas pela defesa.
Críticas às Ações de Bolsonaro
Moraes mencionou que a trama golpista foi identificada pela Procuradoria Geral da República (PGR), que apontou que "deles partiram as principais decisões e ações de impacto social". O ministro argumentou que as instituições da República foram ameaçadas através de discursos agressivos e ataques virtuais, facilitados pelo uso da estrutura de inteligência do Estado.
Ele explicou que ações direcionadas contra autoridades públicas colocaram em "risco iminente" o funcionamento pleno dos poderes constitucionais. Os escolhidos pela suposta organização criminosa não foram "violentamente neutralizados" devido à falta de apoio do Alto Comando do Exército em relação ao decreto golpista.
Decisões e Impactos Futuros
Após a leitura do relatório, Gonet reiterou que "a denúncia relembra que a partir de 2021, o Presidente da República adotou um discurso cada vez mais agressivo contra instituições", mostrando descontentamento com a Justiça e o sistema eleitoral.
A escalada de tensões, conforme indicado por Gonet, ganhou um "impulso mais notável" com a promulgação da elegibilidade de Lula (PT) e a vantagem do petista nas pesquisas eleitorais. As defesas dos acusados terão um tempo determinado de 15 minutos cada, entre dois horas no total, para seus argumentos.
Conclusão sobre o Julgamento
Os ministros devem discutir nesta mesma terça-feira (25) os argumentos preliminares levantados pelas defesas, incluindo pedidos de nulidade relacionados à delação de Mauro Cid e uma possível remessa do caso para o plenário do Supremo.
A expectativa é de que a análise do mérito das acusações aconteça na quarta-feira (26). O julgamento, que é visto como um marco no cenário político, trata das acusações de crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.
As penas para os réus podem somar até 43 anos de prisão. O STF analisará neste momento apenas a existência de indícios que validem a acusação, possibilitando que os réus respondam a um processo judicial.
Caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia, se espera uma decisão unânime entre os ministros. A partir daí, os acusados terão a oportunidade de coletar provas e apresentar testemunhas ao Supremo.
Com isso, as defesas poderão trabalhar para questionar o mérito das acusações, tentando adiar o andamento do processo judicial.
A composição atual da Primeira Turma é formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.